27 fevereiro, 2008

probabilidades reais

Acredito fortemente em e defendo que estudar o que é simples e teóricas é uma ótima maneira de aprendermos situações e casos e descobrirmos novas possibilidades de relação entre idéias e fatos, o que me parece útil para quem tenta desvendar os mistérios do universo, da mente e da existência. Mais: acredito que é o melhor caminho.

Num jogo de Sudoku (pesquise o que é, e considere que esse só tem uma solução), por exemplo, podemos pensar qual a probabilidade de um certo número em uma posição. Suponhamos que é uma quadrado 3x3 no qual há duas casas vazias esperando, digamos, os números 6 e 8, e que a pessoa que está fazendo não consegue descobrir qual é mentalmente (a menos que passe muito tempo gravando o Sudoku na cabeça e tentando o resolver, mas pode ser que a pessoa não consiga isso na sua vida). Pode-se dizer que a probabilidade de termos o 9 é 1/2, ou qualquer outro número? Eu acho que não. Acho que a probabilidade é simplesmente 0 ou 1, conforme for preenchida a casa, uma vez que há resposta definida, mesmo que não consigamos enxergar. (Ah, resolver um Sudoku, mais do que conhecê-lo, ajuda a entender a idéia.)

16 fevereiro, 2008

o homem como vetor

(Conhecer álgebra linear ajuda no que virá.)
Talvez isso seja uma aproximação horrenda, mas de qualquer forma seria um modo de pensar em como o homem é. Cada homem poderia ter associado a si valores em várias escalas, um valor para cada escala. Provavelmente valores reais, porque mesmo sempre existindo racionais entre dois outros racionais, nem sempre seqüências de valores racionais têm algum limite racional. (Um exemplo: (1/1, 2/1, 3/2, 5/3, 8/5, 13/8, 21/13, 34/21...) é uma seqüência de racionais com limite a maior raiz da equação x² - x - 1 = 0 [o PHI do livro "O Código Da Vinci"], a qual é um número irracional.)
Mas bem, tendo cada homem um valor em cada característica básica, talvez os valores de outras características sejam dependentes (mais precisamente, como combinações lineares) de outras características.
Assim, poderíamos descrever características "complexas" como um vetor (para fazer o produto interno com as características básicas do homem). (Se pensássemos também em características como elas mesmas vetores de informação, precisaríamos somente de uma matriz.) E poderíamos nos perguntar: qual a dimensão do homem (significando, claro, quantas "coordenadas precisamos para descrever um homem")?
As características extras, embora determinadas pelas outras (as básicas seriam uma base) também poderiam servir de parâmetro. Aliás, as características básicas poderiam ser quaisquer N (onde N seria a dimensão), desde que fossem vetores linearmente independentes. Seria um conhecimento legal.
Pode parecer estranho, mas também as cores podem ser descritas por coordenadas. Por exemplo, matiz, brilho e saturação. Ou o sistema R(ed)G(reen)B(lue). Mas a impressora usa quatro cores, podendo produzir qualquer cor existente (embora a minha não consiga imprimir cores de verdade). Isso porque uma é combinação linear das outras (o preto serve para economizar as outras tintas. É como se ele fosse uma combinação linear das outras, com valores 1,1,1).

(Isso é exageradamente determinista. Mas veja que é belo e simples. É só uma idéia para exercício.)

de instrução e de modelos

Pode até ser confortável, ou ao menos parece que dá pra humilhar a pessoa que se quer humilhar, mas não acho que realmente a instrução salvaria pessoas. Como assim? Explico: Mesmo pessoas com bastante instrução, maior que Ensino Superior, por exemplo, não sabem diferenciar (há um sentido matemático para isso, mas esqueça-o...) totalmente coisas que muitos achariam óbvias. E que por isso alguns (maliciosa e erroneamente) dizer que a pessoa é muito estudada e não sabe das coisas. (Coisa que não acho correta, como eu gostaria que ficasse claro no post.)
Enfim, vamos não tentar usar esse tipo frase. Ela não é um argumento.
O que se aprende é que não se deve esperar tanto de uma pessoa só pelos seus diplomas. Assim como também não pelo cargo que ocupa, pelo salário, qualquer coisa assim. (Engraçado; aqui as pessoas que dizem que nem tudo é exato se contradizem bastante. [Explicação depois.])

Um certo caso é de uma pessoa que parece não compreender que podemos medir algumas coisas. Até parece pensamento de uma pessoa sem muita instrução, mas simplesmente deixar de pensar nos valores de uma aposta (do tipo "jogo do bicho", ou Mega-Sena) e interpretar simplesmente que "quando ganha é um monte de dinheiro" é um pensamento que ocorre também em pessoas estudadas. Achei que ficaria mais evidente quando houvesse uma chance razoável de ganhar. Um exemplo de uma coisa que tentei (fracamente) combater: apostar para ganhar um prêmio 150 vezes maior em cada 200 apostas. (Os números estão longe de serem exatos.) Mas por parível que increça, o desconhecimento desse modo de pensar (são modelos, veja!) atinge muitas pessoas.
Penso de forma bem parecida quanto aos seguros. Mas bem, alguns não compreenderam que podemos modelar situações.

As pessoas que mais tendem a julgar (ao menos é o que acho, eu que acredito que há formas de medir e mensurar de forma a obedecer alguns critérios) antecipadamente (o que seria uma manifestação além de fatalista um pouco preconceituosa) são justo aquelas que quando você propõe que se pode modelar (matematicamente, pois nunca vi outra forma de modelar) um problema ou situação vêm com aquela de que nem tudo é exato e de que nem sempre dois mais dois são quatro. (Claro que dois mais dois são quatro. Mas isso não significa que é o mesmo ter duas vezes gêmeos e ter uma vez quadrigêmeos. [Se você acerta nas implicações e conseqüências, tende a errar menos nos fatos.])
Também são essas (no sentido de que: é mais fácil encontrar esse segundo traço numa pessoa que apresente o primeiro do que numa que não apresente) que refutam os modelos, e parecem não querer que seja estabelecido nenhum tipo de conhecimento. Verdade que até agora os modelos têm dado certo e se mostrado bons para previsões; considere como exemplo a física clássica.

08 fevereiro, 2008

algo em que difiro de muitos

Para mim, uma das atitudes mais valorosas é ter a coragem de persistir, de não desistir, de não querer largar algo porque seria cômodo. Há pessoas que consideram isso ridículo, mas eu considero nobre. Alguns pensam que largar alguém é indício de personalidade forte, mas para mim personalidade forte mesmo tem quem encara os problemas e não se deixa levar pelas palavras (classificações) da sua atitude. Fazer o que quer não é ter atitude, para mim às vezes é um desengajamento; mais valeria a integração e tentar esclarecer os fatos. Também acho corajoso não mentir, não tentar enganar alguém quando isso "simplifica" um problema. Eu prefiro que todos estejam sabendo da complexidade, mesmo que sejam desagradáveis os fatores.
Também acho valioso mudar de opinião assim que reconhecer-se errado.

Por sorte não mudo tanto de opinião, e as novas idéias entrego logo para o blog. Assim não prejudico o leitor. ^^
Então, quem leu alguns posts anteriores pode ter uma melhor idéia do que é quando digo que uma atitude está correta.

05 fevereiro, 2008

ser estranho para ser único

Pretendo introduzir novas noções; antes, umas explicações.
Não quero dizer que há dois tipos de pessoas: estas e outras. Esse deve ser o método mais simples de classificação. Note que existem várias formas de se dizer algo, com alternativas mutuamente exclusivas (ou seja, ao menos uma acerta). (Na verdade não serão legitimamente alternativas, mas vamos lá.)
Podemos dividir um grupo em dois. Por exemplo, as pessoas que têm dois pés e eles se tocam em certo momento (tá, não existe um instante universal... mas leve em conta o exemplo). Esse é o caso mais comum, o dualismo (existe uma palavra muito melhor), a divisão binária. Podemos também atribuir em vez de um estado sim/não um número natural, inteiro ou racional a uma dada característica. Por exemplo, o número de células de alguém. Também se pode exprimir uma variável por um número real, numa escala ou eixo. Assim se exprime, por exemplo, a distância de cada ser ao centro da Terra, ou também a área de um corpo. As aplicações disso (ou melhor, as características que podem ser modeladas por uma variável real) são muitas. (Aliás, pensar em como guardamos informações num computador, através de variáveis booleanas, inteiras e reais [e outras..] ajuda a perceber o que quero afirmar.)
O que proponho é um eixo, em que as pessoas podem (ao menos teoricamente [no sentido de que elas têm um número real associado à característica, embora talvez não possamos nunca saber]) assumir valores quanto à essa característica. Assim, assinalando um comportamento, pode-se dizer o quanto desse comportamento está presente nas pessoas (a escala é arbitrária; acho que só importa mesmo a ordem, a menos que se considere como as pessoas mudam seus índices com o tempo).
O tal comportamento é um misto de ser estranho e ser indireto. Algumas pessoas preferem às vezes tomar atitudes quaisquer com o fim (não tão claro) de não poderem ser previstas; por não conseguirem (por tentarem pouco, na minha opinião) achar alguma coisa real, tentam desgarrar todas as outras coisas e proclamam (sem voz) que não há valores, que não podemos achar nem concluir nada, e que todas as conclusões são igualmente válidas. Acho que geralmente essa atitude de negar a possibilidade de qualquer progresso é pessoal; vem do fato de a própria pessoa não formular nenhum avanço, e tentar desmerecer qualquer avanço de outros. Também acho errado querer ser estranho para ser único; ou sofrer para ter o que dizer e poder aparecer.
Ao menos eu tenho mais esperança do que estes...