25 março, 2008

luto

Pode ser só minha impressão (como pode ser o resto do blog), mas parece que para ficar de luto se precisa ter alguma idade. Falo isso porque quando anunciam pelo MSN Messenger (sim, são anúncios e propagandas) que estão de luto penso que meus conhecidos já estão velhos, tanto que perdem seus amigos.
Isso porque ainda sou novo, e pessoas que não considero velhas podem morrer.

20 março, 2008

de semelhança

As pessoas usam semelhante como se fosse parecido. Quando digo parecido, não é uma relação de equivalência. Isso porque coisa parecidas a coisas parecidas a coisas parecidas a um objeto podem não ser parecidas com esse objeto. Eu gostaria que semelhante também fosse usado nesse sentido; mas também, se formos ver, temos o equivalente, que é uma palavra muito bonita e clara para indicar uma relação de equivalência. (Igualdade é relação de equivalência, mas é meio trivial, como expus no post passado. Isso porque a gente trata de coisas "iguais", para serem a mesma, e não de coisas "equivalentes".)
(Desconfio que... foi sempre assim, nem tão claro.)
Pois bem: meu recado é que quando se diz que "é a mesma coisa", ou que "dá na mesma", e portanto, supostamente, poderíamos escolher qualquer um. Eu acho isso falso. Não vejo por que. Acho que é só uma desculpa para fazer o mais fácil, o mais cômodo. Mesmo que duas coisas sejam equivalentes em algum sentido, elas não serão iguais. Assim, muito cuidado com as mesmas coisas.

16 março, 2008

de igualdade

O melhor tratamento que conheço para a idéia de igualdade é dizer que uma coisa só é igual a si mesma. (Se não for si mesma, é diferente e não igual.)
E como interpretar algo como A = B? Bem, considere que a igualdade (=) significa que A e B são dois símbolos que representam a mesma coisa. (Mesmo se forem símbolos como "3 + 1" e "4".)
Para quem já sabe o que são relações de equivalência (não são links patrocinados) e pretende falar sempre a verdade fica difícil não comentar certas coisas. Mas talvez eu só esteja escrevendo isso por estar um pouco cansado.
Só quero fazer uma crítica ao ato de dizer que como duas coisas são iguais, podemos escolher a mais fácil. As duas coisas não são iguais, elas só são relacionadas por uma relação, e se tu quer saber, pelo uso desconfio que nem sempre as pessoas usam como se fosse de equivalência.
Então, nem tudo é o mesmo. Quase nada é o mesmo que quase nada.
(É bom ter uma igualdade absoluta e inultrapassável.)

12 março, 2008

drogas, tolerância, modelos e exemplos

Podemos falar mal de drogas enquanto não as usamos, e estamos longe delas; elas parecem perigosas. Mas a partir do momento em que passamos a ter contato com elas, nossa resistência e nossa barreira caem (paulatinamente). Cigarro pode ser péssimo, mas passamos a tolerar se há algum fumante perto de nós (desde que não deixe de fumar por estar conosco). Também podíamos ser contra o álcool, mas ao vermos amigos bebendo acabamos arranjamos desculpas para a tolerância e a conivência. E assim com muitas práticas, coisas que pareciam erradas, mas que ao presenciarmos constantemente passam a ser um pouco aceitas (não aceitas de nós as executarmos, mas sim de aceitar que outras pessoas [se "enganem" e] façam). Acho que da convivência vem a tolerância.
Provavelmente não é totalmente ruim; conviver com pessoas de outras raças ou etnias pode nos fazer pensar que algumas diferenças, as que antes mesmo que involuntariamente atribuímos como causa de alguns comportamentos ruins, não são tão relevantes assim. Talvez um nojo de alguém como um "punk" (pra dar um exemplo especial) suma ao se conviver com uma pessoa assim.
E provavelmente não é de todo bom. Ficamos inertes contra algo que achamos males. Furam-se filas, mas os nossos princípios não nos fazem agir. E o que dizer dos roubos, de outras más atitudes? Acabam sendo tolerados porque acontecem.
Talvez seja inevitável o que aconteça, mas se tratarmos tudo dessa forma nunca poderemos concluir nada. Acho que devemos pensar de uma forma que o que acreditamos seja verdadeiro, e que se encaixe com outras coisas. (Por exemplo, tudo que se pode dizer dos números naturais vem do que Peano um dia inventou [os axiomas de Peano]. Trabalhando com esses axiomas, chegamos a fatos que pareciam verdadeiros sobre números naturais. Eles poderiam ser considerados, por seres abrangentes [mas nunca completos; outros posts virão {gostaria de saber mais sobre isso}] e [aparentemente, outros posts virão] livres de contradições, um bom sistema de axiomas.)
Uma outra forma de pensar sobre isso é com (um)a definição de dimensão. Basicamente, se um objeto tem certa dimensão, isto é, o valor para um número (é um expoente de um limite de somas) é maior que 0 e finito. Acho que sem exemplos não dá pra entender. Então pense num quadrado. O comprimento (1) dele é infinito, assim como qualquer medida de "dimensão menor". O seu volume (3) é 0, assim como um hipervolume (4) ou qualquer coisa maior do que 2 que queiramos medir. Somente sua área (2) é finita. (Oh, como essa explicação é pobre.) Da mesma forma, pode ser que um objeto sempre seja medido com infinito em dimensões até um número qualquer (não precisa ser inteiro), finito não-nulo nesse número e nulo em qualquer medida de "dimensão maior".
Agora ninguém pergunta: O que tem a ver?
A história é que se pensarmos em um modelo de mundo, talvez seja mais "efetivo" pensar na "dimensão certa" (fazendo uma analogia, talvez ainda não tão clara). Se usarmos hipóteses vagas demais, como dizer que tudo é verdadeiro por ser sentido, ou falado, ou outra coisa, estaríamos medindo "infinito" (na analogia), e não obteríamos resultados importantes. Também se requisermos demais não conseguiremos algo útil, como se a medida naquela dimensão fosse nula. Então, a idéia com um viés geométrico (eu imagino como um plano horizontal baixando; quem preferir pode pensar em um dial de um rádio) é de começar com tudo livre e fortalecer justo quando aparecem os "resultados". Esse seria só um número (por isso o 'justo') em se tratando de medidas, mas talvez as "interpretações do mundo" mereçam uma faixa de validez. Ou talvez um ponto melhor e outros mais diluídos (como o sinal de uma rádio). Mas o que mais importa, e que quero dizer, é que é bom nivelar as hipóteses, as exigências e permissões para se obter algo razoável (para não dizer gostoso) de discutir. (Isso para quem está interessado nisso. [É, eu digo como se quem estivesse comigo estivesse certo.]) Mas reitero: deve haver um ponto (o chato é que pensamos em um momento e no outro já esquecemos tudo e não temos certeza se inferimos algo certo) em que se possa discutir sobre as coisas, um nível onde elas podem ser tratadas.
Enriquecendo mais ainda o post (mas nem por isso ele será merecedor de um prêmio externo), falarei sobre exemplos. Nada de "de noovo, tio?", porque agora é diferente. Muitas vezes, tendo o pensamento que expus em posts anteriores e recentes, tentei fazer um exemplo para mostrar que algo seria possível. Ou melhor, que mesmo com o exemplo, uma coisa supostamente contrária poderia acontecer (e com isso eu ensinaria alguém). Ou às vezes mostrando o "efeito positivo" do efeito, em que ele ilustraria uma coisa possível (é que há o exemplo de o exemplo não provar, o que seria o exemplo mais usado, por isso parte da confusão). Hoje, "olhando para trás", não acho que foram boas idéias. Só uma dica para você, conjunto vazio.

um retorno; bom retorno ao viajante

Fazia algum tempo que eu não escrevia aqui, e essa frase não é inútil. Veja que se eu escrevo às vezes 'de todo inútil' é porque deve haver uma magia diferente e não tão comumente pensada entre 'útil' e 'inútil'. Não sei muito bem, mas não é a isso a que me proponho pensar agora.
Entre um blogueiro e seu blog há alguma relação. Ou ao menos ocorre comigo. Não dá para simplesmente abandonar o blog sem dizer coisas mais, ou sem dizer coisas menos. O blog é fator integrante (que não depende só de x [esqueça esse conteúdo]) de algo; preciso dar alguma satisfação a ele. Não dá para fazer diferente; ou melhor, no dia em que eu pensar o contrário farei diferente, e pensarei que este blog não é suficientemente importante para merecer uma despedida. (Usei o futuro do presente quando mais adequado seria o futuro do pretérito. Mas tudo bem.) Mesmo com ninguém o acessando, este blog é digno de respeito. Portanto, continuo escrevendo aqui; é um trabalho (ou melhor, um empenho) que não pode ser descartado tão fácil.