27 maio, 2008

ode ao sistema econômico

Esse post será na contramão de muitos feitos aqui.
Talvez, em toda a história da humanidade, ou talvez em só uma parte dela, si lá, estejamos vivendo sem tantas desigualdades sociais. Verdade que há muitos ricos (e muitíssimos pobres), e pode-se dizer que é "devido" a (ou com a autorização de) o capitalismo, o nosso sistema econômico/de vida. Mas talvez a situação atual seja mais equilibrada do que algumas anteriores; verdade que antigamente talvez não houvesse tantos bens, mas provavelmente os ricos mais ricos tivessem mais regalias do que poder ter hoje. Nosso sistema penal não é neutro e justo, mas ao menos está escrito que os cidadãos são iguais. Uma vez era expresso que havia classes de pessoas, e cada um teria direitos conforme sua classe (acho que esse sistema de castas ainda vigora na Índia, embora, acho, esteja perdendo força), e algumas pessoas eram inalcançáveis, inatacáveis. Talvez o nosso sitema econômico (que deu algum poder [como se fosse uma concessão dos mais opulentos] às classes mais baixas para que tivessem seu próprio dinheiro [que seria para consumir tudo que estava sendo produzido, claro, e enriquecê-los mais]) tenha sido responsável por essa oportunidade de "subir de vida" que algumas pessoas (ou melhor, mais pessoas, porque ninguém vive tanto tempo), e portanto (parece) deixando o mundo um pouco mais razoável (isso sem ser otimista: há tantas coisas ruins ainda...).

24 maio, 2008

os simples, encontro marcado

Talvez uma coisa um tanto, ou talvez um pouco, egoísta seja chegar atrasado em encontros. Ou melhor, não estar disponível na hora combinada (e isso pode abranger inclusive chegar atrasado em aulas, ou outras coisas que nem imaginei ainda). Um desejo individual de querer que algo esteja pronto em um horário sem se mostrar já disponível pode ser uma pequena manifestação de egoísmo (e que é meio indisfarçável, uma vez que as pessoas que a cometem não se preocuparão muito com essa pequena influência; talvez nem pensariam nisso até ler o que alguém escreveu). Claro que pode sempre haver motivos, mas eles estão fora de questão. (Queria enfatizar isso, mas prefiro não pegar o costume de usar maiúsculas [inadequadamente] ou fontes. Muitas vezes eu quero me livrar de algo que me enfraqueceria [no caso, os textos] mesmo que fosse a longo prazo. Compare com uma "cola" feita para uma prova.)
E eles estão fora de questão não porque eu quero, mas sim porque acho que não é essa a discussão. Mas isso se discute, também...
(Talvez eu pudesse explanar mais os motivos dessa minha crença ou idéia. [E essa frase não serve de muito.])

(Nota: o título é uma pequena modificação de o nome de um jogo eletrônico.)

necessitanto que necessite

Curioso como as pessoas só estão aptas a falar das deficiências da sua área (que podem ser resolvidas com o seu trabalho, melhor dizendo).
Com um exemplo concreto, que dentistas clamam que é super importante que se visite regularmente certo médico e ortopedistas (ortopédicos?) dizem que é preciso tomar muito cuidado com a saúde dos pés. Também corretores valorizam os seguros, e alguns outros ressaltam como é importante estar seguro quanto a isso ou aquilo.
Acho que a maioria das pessoas simplesmente diria que isso é normal, ou um "claro que é assim(, seu tonto!)". Pode até ser comum e o que se vê, mas essas "propagandas" impedem (ou ajudam a impedir, depende de como tu entendes o verbo) que uma pessoa possa de fato fazer alguns juízos para tentar chegar ao "melhor modo de vida" (falamos melhor disso depois). Claro que essa pode ser uma opinião desinteressante de quem não se envolveu com, ou não compreendeu, a vida. (Essa "distributividade" com verbos é demais!) Mas bem, às pessoas que se interessam por si mesmas e querem impor um pouco disso aos outros sem se preocupar muito com alguma neutralidade ou liberdade, esse post se despede.

21 maio, 2008

suficiências e necessidades

Quando se quer mostrar algo, no sentido de demonstrar algo (acho que não preciso definir o que é isso), muitas vezes se fala de necessidade e suficiência. Normalmente quando se demonstra algo, se parte de uma coisa que é suficiente para concluir o que se quer demonstrar. De outra forma, demonstrar é mostrar que a hipótese é suficiente para a tese. (Aqui de novo uma crítica às obviedades: não diga que algo é óbvio se é justamente o que se quer afirmar.)
Também se usa necessidade e suficiência em um contexto bem diferente, com o qual não consigo estabelecer paridade. É a questão de ser necessário a um grupo, e também ser suficiente. Talvez em um trabalho de grupo seja uma boa ser necessário mas não suficiente (sendo assim importante ser realizar tudo sozinho), e isso se estende a outras ações além de trabalhos escolares/profissionais.

Acho que tenho uma preferência pela necessidade. Lembro que numa das aulas do meu Ensino Médio (que estranho dizer isso; talvez alguém pudesse escrever melhor, com outras palavras) trabalhamos em um texto chamado "Muitos direitos, poucos deveres" (ou algo parecido), que falava que (cada vez mais) as pessoas dizem ter direitos e preferem não lidar com os deveres. Pense nisso principalmente nas conversações; é bem mais fácil dizer "tu podes" do que "tu deves".
Percebo que (ao menos no meio em que mais vivo, que é o universitário), as pessoas são muito empolgadas com seus poderes. Querem direitos (eu não falo de quem reivindica direitos estudantis, e sim os pessoais) sem parar, gostam de poder optar, mas não se preocupam muito em oferecer. São sempre as outras pessoas que não podem subestimar os seus esforços (sob pena de processo!). Buscam todos os meios para poderem, sem parar, até gerando uma competição (meio que forçando as outras pessoas para assim procederem). (Para escrever nisso pensei na relação de alguns alunos com os professores e com a própria forma como o conhecimento seria transmitido.)
Há bem maior ocupação com a suficiência, quase nada com a necessidade. Assim, basta fazer isso para obter aquilo. Eu prefiro seguir um pouco o caminho inverso: é preciso, é necessário algumas coisas para outras.
Pessoalmente, acho mais divertido. Mas claro que a disputa desenfreada por um lugar ao sol com métodos cada vez mais "criativos" (ver post anterior) não pára só por isso.

11 maio, 2008

do homem como vetor

Naquela idéia de que cada pessoa poderia se exprimir como uma quantidade em uma característica (e outras idéias melhor discutidas [apesar de links parecerem mais adequados para blogs movimentados]), acho que conseguiria identificar ao menos duas destas características.

Uma delas é o quanto se agrega aos seus erros. De outra forma, o papel que os defeitos proporcionam na definição da individualidade da pessoa. Pode-se tanto admiti-los e agregá-los, fundando sua personalidade em cima deles ("sou assim e deu, e posso falar disso para os outros sem precisar me desculpar, pois este sou eu"), ou vê-los realmente como defeitos que possam ser eliminados ou amenizados. Encaixo-me mais no segundo tipo (embora, como eu gostaria que ficasse claro, há uma infinidade de opções entre um e outro, e além e depois desses, assim como são os tons entre verde e azul marinho): penso que posso realmente mudar (esse é um dos meus pensamentos mais importantes; guarde bem isso), e que algumas coisas que faço não são realmente as mais corretas, mas que de alguma forma eu poderia melhorar nelas.
Aliás, repare que isso carrega uma crença de que há melhores e piores atitudes (o que é diferente, claro, de simplesmente assumir que há diferenças [o óbvio também deve ser escrito, dizia um professor meu]).
Então, parece-me algo interessante.

A segunda característica (um segundo eixo) segundo (que palavra insistente!) a qual as pessoas poderiam se posicionar por quanto "não-justos" elas aceitam que sejam alcançados seus objetivos. De outra forma, por que meios se prefere fazer uma coisa. Falo mais de coisas que envolvem pessoas, e algo social, talvez como empresas, e coisas que sejam razoavelmente importantes (bem mais do que mascar um chiclé). Algumas pessoas preferem (ou melhor, estão acostumadas) a seguir os métodos mais padrão; outros os mais escusos, que envolvam algum joguinho (às vezes uma vantagenzinha).
Não sei (ou melhor, não tenho certeza) se algum desses tipos se dá melhor do que o outro. Talvez o segundo...

01 maio, 2008

consumismo

O consumismo agiria em ao menos duas direções, em duas linhas: fazer as pessoas consumirem produtos mais caros ou fazê-las consumirem mais produtos.
No primeiro caso, supostamente agrega-se valor a algo que seria "necessário", através de adendos ou diferenciais (com boa propaganda).
O caso de maior interesse nesse post é o da variedade. Acho que o maior impulso mesmo ao capitalismo está nos produtos desnecessários (e não nos que acabam se tornando mais caros porque brilham no escuro) que acabamos tendo de comprar. Parece bem barato comprar essas coisas, mas quando vemos temos que sempre renová-las, e o número delas acaba sendo bem elevado. (Nessa classe se incluiriam pasta dental, sabonete, papel higiênicol, palitos de dente...) Percebe-se isso melhor quando é você mesmo quem compra. Muitos donos e donas de casa já perceberam isso há tempo, e acho que ainda reparam, mas eles não têm blog, em maioria (ou visite o http://blogdatiamarilene.blogspot.com para conferir se é sobre isso que escrevem os que têm).
Mas então: o nosso modo de vida é totalmente consumista e capitalista, e os nossos esforços facilmente se transformam em deslizes que colaboram com esse modo de vida. Nossos pensamentos, em geral, são em consonância com o capitalismo (ao menos os meus), porque é dessa forma que "precisamos" raciocinar (nesse mundo, nesse país) para viver.
Pode ser que o capitalismo seja a forma natural do homem, mas eu acho que não. Mesmo que se argumente que o homem começou vivendo em comunidades e que hoje estamos nesse estado materialista, isso não quer dizer nada. Acho que não existe forma natural (geneticamente falando, ou uma predisposição tão importante quanto estamos predispostos a andar para frente) para a formação da sociedade humana (uma forma seria a sociedade serem indivíduos solitários).