24 julho, 2008

grande presente

O máximo é dar um presente conforme anunciam uns comerciais. Dê um celular de conta para seu pai; o celular é de graça. Assim quem dá o presente não paga nada, só o receptor, o que é uma maravilha. Ideal para quem não tem dinheiro, ou tem mesada ainda; dar simplesmente o celular, dessa forma, para o pai, é uma curiosa situação de presente.
Maiores análises, se alguém quiser, faça no seu blog e me convide para ler. (Quem diria, eu, um orientador de teses bloguísticas. Estou me graduando nesse negócio! [Claro que não, é de metido da minha parte.])

19 julho, 2008

sem objetivo, mas pertinente

Se entre presidiários amor só de mãe, para mim demonstração, só matemática.
Às vezes encontrar uma boa definição para um conceito é um grande avanço, comparado aos resultados mais importantes do assunto (talvez se você nunca se ocupar de ciência isso pode parecer vago). Um exemplo em que estive pensando dias atrás é uma definição de caridade.
Uma pessoa não poderia se dizer caridosa por ajudar seus colegas (parceiros, cúmplices). Isso não é ser caridosa, nem bondosa. Isso é o que qualquer um consegue fazer sem muito esforço. Ajudar os seus não é ser bondoso.
Uma grande inspiração para esses assuntos são os furos nas filas. Tenho de suportar um monte desses (talvez uns cem ou duzentos) por dia quando almoço na universidade.
Uma coisa que a gente não pode fazer muito é confiar nas pessoas. Se alguém fala que pessoas de bem não deveriam ser proibidas de possuir armas de fogo ou serem abordadas na possibilidade de terem bebido taças de vinho, devo desconfiar fortemente. É muito fácil falar como se se responsabilizasse antes, mas depois quero ver quem paga a conta. Não dá pra confiar que algumas pessoas são imunes. Qualquer um está sujeito a ter um parente criminoso, inclusive.

Essas são rimas interpoladas, assim mesmo, não se preocupe, continuo sano.

16 julho, 2008

produção em série

As pessoas principalmente as mais jovens e de MSN, se perguntadas, diriam que não foram feitas em série, que são únicas, especiais. (Isso me lembra, em particular, meninas saindo da infância e entrando na adolescência.)
Mas eu não! Eu acho que sou feito em série; a cada vez que o tempo passa, algo mais, uma parcela a mais, se agrega a mim.

Sorte que piadas matemáticas não me levarão preso.

15 julho, 2008

cavalheirismo

Eu me esforço para discutir decentemente. O problema é que quando eu cobro isso de alguém, essa pessoa resolve abandonar a discussão, achando que venceu porque abandonou.
Nada de truques!

10 julho, 2008

(um círculo vicioso do) círculo vicioso

***Pensando, sem parar para pensar, que Álgebra Linear na verdade não é tão álgebra assim (pensei nisso porque os graduandos de engenharia a chamam de 'álgebra', enquanto nós, os da Matemática, a chamamos de 'linear'), que o nome não é tão justo (mas que deve ter permanecido por motivos históricos, ou dito de outra forma, por inércia ou uma "indução" [embora não tenha tanta convicção da usabilidade desse último termo]), cheguei a uma forma mais clara de pensar sobre o que é um círculo vicioso.
(Não é tão justo porque álgebra pode ser precisada em um sentido [o mesmo das sigma-álgebras {esses colchetes servem para que eu não me esqueça do que eu quis dizer com os parêntesis}], e na verdade a motivação da álgebra linear é estudar o que é linear.)
Como já escrevi algumas vezes, um círculo vicioso não é um círculo. Círculos são melhor caracterizados com a noção da distância (ou ângulos, mas se prova que é equivalente [isso é resultado do Tales de Mileto!]), e a noção de círculo vicioso é mais topológica.
Acho que se quisermos intepretar de uma forma geométrica um círculo vicioso, devemos pensar em uma curva simples fechada. Isto é, algo homeomorfo a S¹. Dito de outra maneira, uma linha que não se cruza (simples) e não tem início nem fim (fechada). Tipo um círculo, mas também um quadrado ou uma elipse. Ou outra coisa que se desenhe, começando e terminando no mesmo ponto sem cruzamentos. Percorrê-la seria um círculo vicioso; passar sempre pelos mesmos lugares, sempre; para mim me parece uma boa associação.
Com essa associação, o círculo é um círculo vicioso, enquanto nominalmente, pelas regras comuns de formação de palavras (como "japonês musculoso"), um círculo vicioso devia ser cada um de ser seus componentes*, em especial o círculo. Mas o círculo é um caso especial de círculo vicioso, veja só ao que se chega! É como se o japonês fosse um caso especial de japonês que tivesse músculos grandes e salientes.
Claro que há alguns erros no que escrevemos acima. Isso se deve, principalmente, ao uso do verbo ser. Como já devo ter escrito alguma vez nesse blog, há dois usos para o "é".** Um deles é de pertinência, o outro de igualdade. Quando usamos o "é" no caso anterior, seria de pertinência, de que todo círculo vicioso seria um círculo (nominalmente), ou de que todo círculo é uma curva fechada e simples.
Aqui mais um exemplo interessante. Um círculo não-degenerado (degenerado seria um ponto, que é um círculo de raio 0) é um círculo, sem muita dificuldade. Mas às vezes se consideram extensões do conceito nas quais se estende o nome. Um exemplo (prefiro não falar da reta estendida, para evitar estender, digo, repetir palavras) seriam os "pontos do infinito" ou a "reta no infinito", na Geometria Projetiva (são elementos ideais). Na verdade, generalizando, um ponto ideal tem esse nome porque não é propriamente um ponto, mas em algumas circunstâncias pode ser pensado dessa maneira.
Voltando, sem completar a volta em, ao círculo vicioso. Que bela criação ele é, a ponto de gerar discussões solitárias que considero tão interessantes. Ah, esquece esse parágrafo.
Acho que se alguém já se pôs a pensar nesse problema, ou melhor, nessa situação que é o círculo ser um círculo vicioso, já se tem um grande lucro. Acho que melhor (mais instrutivo) faz essa pessoa ficar pensando nisso do que ler aqui o que eu diria a respeito; se achar interessante, experimente escrever no seu blog. (E de preferência me avisa.)

*Há quem prefira "suas componentes". Não sei se há algum correto.
**Também há dois usos para o "há"; num deles deve-se entender como equivalente a "há pelo menos" e o outro, se diz que "há isso" pode ser entendido como "há isso e somente isso", dentro de um devido contexto.)
***Em vez dos parêntesis, usarei essas notas de fim de texto. Mas isso é um abuso. Pense nisso. (Isso o que? Pense!)

Enquanto escrevia, achei mais dois exemplos: um cruzeiro real não é um real, nem um cruzeiro, e um alemão batata não é uma batata. (Para entender isso precisa ter alguma cultura regional.)

09 julho, 2008

discussão

Já no livro Alice No País Do Espelho uma discussão entre Alice e a Rainha Vermelha, que transcreverei livremente.
Alice fala do jardim.
Rainha: Você pode até estar encantada com esse jardim, mas eu já estive em uns que fazem esse daqui parecer um deserto.
Alice fala da montanha.
Rainha: Eu já vi montanhas tão grandes que essa daí parecer um vale.
Alice: Não, peraí, por mais que ela seja pequena, uma montanha não pode ser um vale. Isso é um absurdo!
Rainha: Você acha? Eu já ouvi absurdos tão grandes que fazem essa afirmação parecer muito sensata.

Fica aqui uma pergunta, ou uma tarefa. Quais são as coisas sobre as quais se pode discutir ou julgar?

07 julho, 2008

sonho de uma noite de inverno

Tive um sonho em que um elemento me chamou muito a atenção; acho que foi da noite de quinta para sexta, a última.
Acho que há algum significado especial na imagem, nesse elemento. Nada místico, mas sim que tenho a impressão que é algo importante, disfarçado. Nem que seja importante em um contexto não tão importante (como um jogo de interpretação de personagem).
Era uma sala, a primeira para quem entrava na casa. Era rústica, meio mágica; se eu tivesse lido Alice No País Das Maravilhas dias antes teria associado a isso o sonho. Havia uns móveis estranhos; um deles tinha um pequeno cilindro embaixo e um cano em cima. Tudo isso como se fosse dentro de uma estante bem especial (e um vaso colorido do lado, não só colorido como muito diferente, como se pudesse transmutar algo que fosse colocado em seu interior). Em outra parte do sonho, a cada gol o cano suspenso (ele apontava para baixo) derramava um líquido viscoso rosa (um rosa-transformação, como os fundos dos tiles do RPG Maker, para quem conhece). O líquido rosa, depois de várias derramadas, tomava forma, acumulando-se mais no centro; acho que se formaria um tronco de árvore (de uma altura de quarenta centímetros, se ajudar a ter uma noção). O curioso é que parecia que à medida que um lugar estava estabelecido, a substância rosa admitia a cor; assim, em alguns lugares pareciam estar já formados um pouco da casca do tronco com um pouco de musgo.
Não sei por que, mas esse elemento do sonho, o derramamento da substância rosa disparada por um gatilho, me parece algo inteligente...
Deve ser porque eu sou um ser racional e inteligente. (Sem exageros, só o básico.)

04 julho, 2008

altruísmo e normalidade em Porto Alegre

Vivendo conforme o tempo passa, nem mais nem menos, fico com a impressão de que não vale muito a pena ser honesto, nem ser altruísta de alguma forma. Vivo em uma cidade que é mais hostil que Encantado (meu torrão, terra de farta produção); não sei se as pessoas são diferentes. Aqui em Porto Triste, devido à concentração de pessoas e exatamente por isso, eu diria, é menos escondido que cada um deve cuidar da sua vida. Quer dizer, falo isso porque não tenho um ambiente familiar nessa cidade, então pode ser que a situação seja bem diferente. Mas o que eu penso, de fato, é um leve peso em uma balança (no sentido geral; lembre-se que há pontos arbitrariamente próximos de zero), mas ainda assim conta. (Isso da balança é o seguinte, ilustrando com um exemplo: Ronaldinho Gaúcho tem uma certa aceitação, ou poder de imagem, aqui no Brasil. O fato de eu deixar de gostar dele ou passar a gostar altera ligeiramente esse índice.)
Uma coisa que se vê sem muito esforço são frases que querem dizer que o autor é anormal, incomum, diferente dos outros. Falo sem esforço porque muitas vezes o que se precisa fazer é visitar um perfil de um site de relacionamentos, e uma frase assim é lida sem querer. (Esse é um bom sentido para "sem esforço". Às vezes essa expressão é usada para algo que está facilmente à mão; eu estou usando como ocorrência inesperada.)
É bem tentador tentar se clamar incomum. A forma mais fácil é chamando os outros de normais. Pode-se dizer que pessoas normais fazem filhos com pessoas normais, e outras coisas também, como que uma pessoa normal não fará falta ao mundo quando morrer. Pode-se também preparar isso para dizer, quando for necessário (mesmo assim, se prepara mal... ao menos eu não consigo "atirar" justamente quando a condição fica satisfeita; meu gatilho falha).
Por esses motivos eu evito um desabafo que poderia sair acerca da maioria das pessoas, que seriam quase todas menos eu. Incluo-me no grupo, então, que passa a ser de todas as pessoas. Tentar as atitudes corretas, ou de alguma forma ser ético, parece que está ultrapassado, e então tentarei não usar esse tipo de coisa para me diferenciar. Se bem que os pensamentos são dificilmente evitáveis.