27 junho, 2009

Dormir com crianças

É incrível como as frases podem se deformar fora do contexto.
Michael Jackson (que morreu ontem ou anteontem) declarou na sua biografia (acho que não foi ele quem a escreveu) que não via problemas em dormir com crianças.
O que será que ele quis dizer?
Pedofilia é chocante. Não sei o que ele tinha na cabeça na hora, mas lhe darei um voto de confiança e vou declarar: também não vejo problema em dormir com crianças.

24 junho, 2009

Legal

Vou trabalhar com a definição legal. Considere isto no sentido em que tentarei encontrar um conjunto de atitudes coerentes com o que se espera da palavra legal (algo positivo, bom, se bobear até cool). (Não sei se há sentido isso...)

Muitas pessoas são consideradas legais por serem consideradas agradáveis aos seus pares, aos seus amigos. Acho que ser legal é outra coisa. (Dito de forma mais rigorosa, outra característica é mais importante.) O legal deveria ser legal com todos e ter atitudes socialmente responsáveis (talvez ecologicamente responsáveis também). Quer dizer, não deveria devotar suas boas ações somente àqueles que o dão apoio e vão retribuir, mas sim a todos que se envolvem no seu dia-a-dia (expansível para animais!).

Podemos pensar também em legal como "minimax"; legal seria aquele com as melhores piores atitudes. Me parece mais efetivo (não se você for egoísta, claro).
Uma explicação para o que é minimax: no próximo post. Não perde.

18 junho, 2009

Evolução impossível

Quando via os problemas de concepção de pessoas durante o passar das histórias quando eu era menor, achava que os enganos a respeito do mundo e da forma como as pessoas lidavam entre si estavam acabando, melhorando inexoravelmente.

Achava que estava resolvida a questão: aparência não é importante, o que importa é o que a pessoa é "por dentro". Mas não, não é assim, não ocorreu nada. Continua-se julgando e sendo julgado pelo exterior, e se não cada vez mais, ao menos a queda não é acentuada.

Também continuamos casando por dinheiro, e mesmo fazendo qualquer coisa por dinheiro. Ainda não aprendemos a lição, dada em tantas histórias, que amigos, amores e companhias podem nos trazer felicidade, e não nenhum tipo de papel (bem, talvez cartas e versos dos seus amigos, amores e companheiros te deixem, com razão, muito contente e satisfeito).

Achei que agora que um século novo estava chegando deixaríamos de cometer os erros, que eles eram coisas de uma época antiga; achei que as pessoas estavam lendo e conjecturando sobre os destinos e os resultados de suas ações e achei que poderiam tomar decisões sábias. Achei que haveria solução para as guerras. Guerra? Que coisa retrógada! Isso é coisa de antes dos anos 60; agora já sabemos lidar com as nossas diferenças.

Mas então o tempo passou e o que eu esperava não ocorreu. E na verdade, não acho que vá ocorrer. Chamando a situação de zeitgeist (da forma que entendo que essa palavra é usada), acho que houve melhoras na sociedade, mas ainda assim não conseguimos aprender o suficiente com as nossas experiências (nem com as "simulações", as estórias dos livros). Ainda há escravos, ainda tem gente que gosta de submeter outras, ainda há tortura, ditaduras... não, ainda não aprendemos a lição. Penso que as coisas melhorarão, a um ritmo lento. E é bonito dizer isso quando não se passa fome nem se está sofrendo com o desemprego, mas uma melhora poderia ser produzida com maior educação, principalmente a disseminação de que a sociedade deve discutir como a sociedade deve viver.

Um bom exemplo disso é a necessidade de diploma universitário para o emprego de jornalista no Brasil. Não tenho opinião formada sobre o assunto (deveria?); de qualquer forma acho importante que essa questão seja discutida pela população pela mídia (e pelas mesas de conversa por aí, que formam e alteram opiniões).

10 junho, 2009

Humildade para transmitir informações

Parte central da minha vida é dedicada a aprender (e um dia terei que ensinar). Muitos não dão importância a esse processo, e preferem, quando falam alguma coisa, sentirem-se superiores a efetivamente transmitirem uma mensagem inteligível. Alguns preferem mostrar que algo é óbvio (isso pode ser feito não dando a explicação) do que mostrar a própria coisa.

"Entendeu ou quer que eu desenhe" às vezes é usado para encerrar ofensivamente uma explicação. Tudo bem que há coisas que deveriam ser entendidas mais rapidamente, mas se a pessoa está disposta a saber, menosprezá-la não adianta muito. E mais: desenhar ajuda a transmitir ideias (deve ser por isso que gesticulo bastante quando falo).

A motivação do post foi uma situação real. Em uma votação em que quatro seriam eleitos, pedi se deveria marcar um ou quatro nomes na cédula. Pareceu que a pessoa queria me convencer de que só eu não achava óbvio que se está escrito que são quatro eleitos então o voto deve ser feito em quatro pessoas. E isso é tão óbvio que a gente [aqui na nação gaúcha] enche o saco de tanto digitar os números de 3 senadores e de 31 deputados federais que queremos eleger.

Muitas vezes algo parece óbvio pra alguém porque esta pessoa não teve criatividade pra pensar numa alternativa. Uma posição mais aberta é se interessar pelo que a outra pessoa possa ter pensado e imaginado, dá uma pequena ideia dos caminhos dos pensamentos dos outros (o que acho interessantíssimo!).