30 dezembro, 2007

intenção e aceitação

Uma regrinha razoável é "O que vale a intenção". Isso porque é bem difícil mascarar a intenção; sabe-se dizer quando se quis fazer aquilo ou se acabou saindo de alguma forma. A pessoa dificilmente consegue mentir para si mesma a intenção. Para os outros, talvez seja questão de habilidade.
Outra coisa que não é fácil de mentir é se admitimos algo. Ou admitimos, ou não admitimos e temos as nossas desconfianças e nossas barreiras erguidas ou semi-erguidas. É difícil ignorar nosso "coração" para que aceite o que não acha, e ao mesmo tempo é difícil nos enganar para que imaginemos o errado quanto à aceitação de alguma coisa.

25 dezembro, 2007

ser melhor

Tenho algumas idéias do que devemos ser, e de como devemos agir. Isso faz com que eu possa classificar as pessoas em melhores ou piores. (Isso é uma relação de ordem parcial; pesquise para entender.) Também poderia achar alguns níveis, ou algumas coisas trabalhando com esse conceito. Então, (a razão fraca!) ao menos terás que pesquisar um pouco, senão ao me criticares direi que pouco sabes. Mas a razão forte é a verdadeira razão dessa explicação. É bom ser um pouco sincero às vezes, e também não podemos querer empurrar indevidamente idéias para o outro sem justificativas.
Mas então: as pessoas caem muito, elas são tão ruins e se ocupam de tantas coisas tão sem importância como falar da vida do próximo quando ele está distante que não me parece difícil ser melhor que elas. Tão fácil. Mas isso não deve ser uma grande conquista; o fato de superar um nível muito baixo não quer dizer que devo me tranqüilizar com o que já sou. É muito fácil não ser tão "chão", mas em compensação (estranho) é dificílimo achar algo acima da (não a maior [isso não tem a ver com o texto]) maioria das pessoas.

23 dezembro, 2007

Sócrates hoje

Se houvesse um Sócrates hoje que se dispusesse a conversar com as pessoas, inclusive os que se pretendem intelectuais, ele provavelmente chegaria às mesmas conclusões de que chegou o Sócrates "histórico". Ele acharia que as pessoas na rua sustentam uma opinião sem ter o mínimo conhecimento do assunto.
Mas acho que não existirá um novo Sócrates: os pretensos intelectuais já se isolam em clubes, ficando assim blindados a um questionador externo, que não é do clube. Afinal, o que importa é ter a opinião parecida (da moda), e só isso. E Sócrates não encontraria pessoas interessadas em filosofia ou em humanidades, mas sim interessadas em si mesmas, esperando o ônibus, e com medo de um barbudo mal vestido.
Para vocês verem como agora somos protegidos contra essa influência.

20 dezembro, 2007

dos processos

Uma coisa a se reparar nos "processos" (deixemos uma definição precisa para um dia qualquer, quem sabe até mesmo um dia nenhum) é a sua recomposição. Isso se ela ocorre, claro.
Basicamente, se quando o estado de algo é deslocado para algum "lado" existe ou não uma pressão (ou força) para que o estado retorne ao estado anterior.
Está impossível decidir sobre qualquer coisa relativa a isso, já que sempre parece haver forças, cada uma apontando em um sentido, em qualquer processo. Se eu ajunto um lixo na rua, que digamos que seja positivo (seja lá o que essa palavra signifique), então isso tanto pode incentivar alguém a fazer o mesmo como aliviar um pouco a poluição ambiental, o suficiente para fazer com que as pessoas se preocupem menos.
Aliás, geralmente nesse tipo de preocupações (sabe-se lá que nome dar! [eu deveria saber melhor como fazer isso]), quanto mais comprometida estiver a situação, mais as pessoas são forçadas a reconhecer o problema para tentar revertê-lo. Um exemplo simples é a idéia de Marx: que o capitalismo é bom, no sentido de que quando trouxer miséria suficiente, poderá fazer com que o povo se rebele e tome o poder, instituindo assim o comunismo (embora eu não ache que será tão direto assim). Ou ainda (acho curiosas essas coisas), se ouve falar "pelo menos agora aprendeu" quando alguém sofre algo, geralmente com uma causa (cabelos compridos, álcool, intolerância, ou algum comportamente incorreto qualquer; para você que não tem o mesmo pensamento que o meu, ache que é uma batida de carro provocada por adolescentes alcoolizados*). Então é como se tivéssemos que esperar que as pessoas sofressem para aprender o que não fazer; acho que esse não é o caminho, essa é sim a pior hipótese. Aprender depois de sofrer não é positivo, é justo o pior que pode acontecer. Seria melhor nunca aprender, já que não se sofreu, nesse caso. Sofrer um acidente para que depois se evite ele é estranho, quase contraditório, mas um pensamento que engana muito. Pense também no desarmamento da população (um exercício inocente).
Post inútil, mas útil? Como é fácil criar esses supostos paradoxos sem dizer tanto. Logo mais, verás algo dos paradoxos e das antíteses.

*Repare o plural. Será que é preciso ser famoso para que se repare nas entrelinhas do texto? Ou será que depois que alguém diga que você foi uma estrela ignorada pelos seus contemporâneos é que se começa a buscar as sutilezas e nuances do texto? E se esse plural fosse ocasional (aliás, será que você já reparou o que era?), alguém atribuiria algo errado a mim. Como se eu quisesse dizer o que eu absolutamente não escrevi, e não pensei. Talvez haja uma vontade irracional, ou um senso inconsciente, que faz com que apareçam essas coisas. Mas se não foi consciente não adianta dar o mérito; ainda não dispomos de métodos eficientes para julgar. (O único método ainda é a autopromoção, o falar inútil, e essas coisas que desconfio que rondam por muito perto dos críticos literários.)

13 dezembro, 2007

casinho

Se eu desejo que alguém mude de sexo, e a mesma pessoa deseje isso para si própria, e considere os desejos satisfeitos. Não veremos nenhuma alteração, e portanto acharemos que os desejos não foram satisfeitos, mas pelo contrário: ambos foram satisfeitos.

Vai falar que ter conhecimento de ao menos uma história dessas não é útil?

para rir

Vamos fazer um cumprimento institucional:
Em nome da APAE, da AFILE e da Federação Espírita. Amém.

Achou sem graça? Vê só essa:

O Felizardo Furtado estava tão feliz que acabaram roubando-no.

12 dezembro, 2007

cuidado

Tome cuidado ao tentar ser ético e honesto consigo mesmo. (Ao menos tentar ser justo.)
Acho que não se deve achar vantajoso de forma alguma se ausentar nas lutas genéticas e "meméticas"; isso seria uma desvantagem tremenda. Ao menos se não quiser se isolar muito, e ainda pensa em influenciar as outras pessoas.

10 dezembro, 2007

de novelas e desenhos animados

Nota: Foi para as cucuias o critério de usar aspas simples. Isso por enquanto.

Ultimamente, pelo quanto sou forçado a acompanhar, as novelas (da Globo) estão tomando o lugar dos desenhos animados como "palco" da vida de seres fantásticos, que usam seus poderes especiais para interferir no mundo (não que se pudesse interferir em outra coisa, mas acho que deu para entender), e estão sujeitos a intrigas e muitos outros jogos e ombinações que fazem com que não seja uma mera luta direta com a vitória do mais forte.
O bom das novelas vem do mal da maioria dos desenhos animados; com humanos não há repetição de frames, nem recolagens (apesar de eu ouvir falar de novelas que reprisam bastante o dia anterior, mas sei pouco disso). Seriam as novelas evolução, então, dos desenhos animados? Mesmo considerando somente as histórias com heóis de poderes sobre-humanos, acho que a resposta é um claro, para não dizer estrondoso, não.
Evolução de produtos parece um conceito feito para promover o consumo (é, as tecnologias evoluem). Dependendo de como se quiser ver evolução, os desenhos animados "evoluíram"; uma vez todos os frames eram desenhados; depois (parece que Anna e Barbera, os criadores de Tom & Jerry, foram os pioneiros - pelo que li uma vez numa crônica de Diogo Mainardi) passou-se a aproveitar os frames, com só a boca se mexendo, por exemplo. (A crônica também lamentava a riqueza perdida com os desenhos repetidos; eu acho que concordo que é danoso (ah, é bom dizer que esse modo de produzir animações prevaleceu porque reduzia muito o custo da sua produção). Daí, se entrar e sair de um estado são evoluções, eu não saberia o que dizer.
Percebe-se o que eu quis dizer? Se não, digo: seria absurdo tachar essas duas mudanças de evoluções. Não sei citar nenhuma evolução real, mas minha mente tem uma idéia das características que esse conceito deveria apresentar, de modo que existe um julgamento capaz de reconhecer quando aplicar um nome a um objeto (isso para mim). Há pessoas que não crêem muito nisso; pelo menos é o que percebo através de alguns questionamentos e idéias. O que eu quis dizer seria mais ou menos claro se fosse sentido por alguém. Não me parece difícil estender isso para outra pessoa. (E veja que esse "isso" se refere a algo bem diferente do que o último "nisso" se referia.)

Acabei reparando que os diretores não têm medo de mostrar homens saindo da água sem camisa. Essa imagem me é tão familiar; de repente parece que aparecia em todas as novelas que eu vi.
Mas pior mesmo que isso é o sexo exacerbado que se vê na televisão. É tão chato ver na tevê pedaços de alguém nu, ou com roupas íntimas. Fora todos os agarramentos que aparecem toda a hora. Dá até vergonha de estar.
E existe ainda a "banheira do Gugu". Acho então que não existe evolução na televisão; se as pessoas são as mesmas, é difícil de haver algo novo. E algo novo é algo muito especial.

(Ficou ruim este post feito em dois momentos. [Isso não faz parte do post.])

05 dezembro, 2007

PS

Um fato assolou a capital: uma ambulância, atendendo a um chamado de emergência, atropelou no seu trajeto uma criança.
Nos vemos diante de um grande paradoxo: uma ambulância, que é um veículo planejado para socorrer pessoas, trouxe a morte de um menino de apenas cinco anos, que esperava poder atravessar a rua sem problemas.
O que o motorista da ambulância deve ter pensado? "Atropelo uma vida e salvo outra?" Será que ele pensou que ele estaria quite com Deus compensando uma vida com uma outra vida? Outra coisa não pode ser.
Quando eu acho que já vi de tudo na minha vida, acontece de uma ambulância atropelar uma criança.
Onde vamos parar se até as unidades móveis mantenedoras da vida a esmigalham? Teremos um caos completo, com chamadas sucessivas nas emergências, e cada ambulância sendo chamada para tentar salvar a vida que a ambulância anterior atropelou. Fico realmente chocado só de pensar.
...

E enquanto eu pensava em como ficavam essas possíveis palavras para uma "crônica" do Paulo Sant'Ana, ninguém dava bola para quem ria. Ao menos não fui atropelado pela ambulância.

02 dezembro, 2007

da praça Padre Jacinto

A praça Padre Jacinto é aquela praça que comentei há alguns dias atrás.
Vi que há uma placa numa pedra que diz que a praça foi revitalizada na Administração 2005-2008 (não com essas palavras). Então revogarei minha opinião sobre a benfeitura do ato; acho que em vez de um ato para com as crianças encantadenses houve uma obra politiqueira (e tão limpa que nem dá vontade de chamar de "obra"), ou ao menos isso pesou na reforma.
Quando se quer dar um brinquedo para uma criança não é necessário gravar seu nome nele. Ao menos quando se tem em vista a diversão e o desenvolvimento da criança.
Enfim, não dá nem pra se surpreender que depois se decepciona...