20 dezembro, 2007

dos processos

Uma coisa a se reparar nos "processos" (deixemos uma definição precisa para um dia qualquer, quem sabe até mesmo um dia nenhum) é a sua recomposição. Isso se ela ocorre, claro.
Basicamente, se quando o estado de algo é deslocado para algum "lado" existe ou não uma pressão (ou força) para que o estado retorne ao estado anterior.
Está impossível decidir sobre qualquer coisa relativa a isso, já que sempre parece haver forças, cada uma apontando em um sentido, em qualquer processo. Se eu ajunto um lixo na rua, que digamos que seja positivo (seja lá o que essa palavra signifique), então isso tanto pode incentivar alguém a fazer o mesmo como aliviar um pouco a poluição ambiental, o suficiente para fazer com que as pessoas se preocupem menos.
Aliás, geralmente nesse tipo de preocupações (sabe-se lá que nome dar! [eu deveria saber melhor como fazer isso]), quanto mais comprometida estiver a situação, mais as pessoas são forçadas a reconhecer o problema para tentar revertê-lo. Um exemplo simples é a idéia de Marx: que o capitalismo é bom, no sentido de que quando trouxer miséria suficiente, poderá fazer com que o povo se rebele e tome o poder, instituindo assim o comunismo (embora eu não ache que será tão direto assim). Ou ainda (acho curiosas essas coisas), se ouve falar "pelo menos agora aprendeu" quando alguém sofre algo, geralmente com uma causa (cabelos compridos, álcool, intolerância, ou algum comportamente incorreto qualquer; para você que não tem o mesmo pensamento que o meu, ache que é uma batida de carro provocada por adolescentes alcoolizados*). Então é como se tivéssemos que esperar que as pessoas sofressem para aprender o que não fazer; acho que esse não é o caminho, essa é sim a pior hipótese. Aprender depois de sofrer não é positivo, é justo o pior que pode acontecer. Seria melhor nunca aprender, já que não se sofreu, nesse caso. Sofrer um acidente para que depois se evite ele é estranho, quase contraditório, mas um pensamento que engana muito. Pense também no desarmamento da população (um exercício inocente).
Post inútil, mas útil? Como é fácil criar esses supostos paradoxos sem dizer tanto. Logo mais, verás algo dos paradoxos e das antíteses.

*Repare o plural. Será que é preciso ser famoso para que se repare nas entrelinhas do texto? Ou será que depois que alguém diga que você foi uma estrela ignorada pelos seus contemporâneos é que se começa a buscar as sutilezas e nuances do texto? E se esse plural fosse ocasional (aliás, será que você já reparou o que era?), alguém atribuiria algo errado a mim. Como se eu quisesse dizer o que eu absolutamente não escrevi, e não pensei. Talvez haja uma vontade irracional, ou um senso inconsciente, que faz com que apareçam essas coisas. Mas se não foi consciente não adianta dar o mérito; ainda não dispomos de métodos eficientes para julgar. (O único método ainda é a autopromoção, o falar inútil, e essas coisas que desconfio que rondam por muito perto dos críticos literários.)

Nenhum comentário: