18 junho, 2009

Evolução impossível

Quando via os problemas de concepção de pessoas durante o passar das histórias quando eu era menor, achava que os enganos a respeito do mundo e da forma como as pessoas lidavam entre si estavam acabando, melhorando inexoravelmente.

Achava que estava resolvida a questão: aparência não é importante, o que importa é o que a pessoa é "por dentro". Mas não, não é assim, não ocorreu nada. Continua-se julgando e sendo julgado pelo exterior, e se não cada vez mais, ao menos a queda não é acentuada.

Também continuamos casando por dinheiro, e mesmo fazendo qualquer coisa por dinheiro. Ainda não aprendemos a lição, dada em tantas histórias, que amigos, amores e companhias podem nos trazer felicidade, e não nenhum tipo de papel (bem, talvez cartas e versos dos seus amigos, amores e companheiros te deixem, com razão, muito contente e satisfeito).

Achei que agora que um século novo estava chegando deixaríamos de cometer os erros, que eles eram coisas de uma época antiga; achei que as pessoas estavam lendo e conjecturando sobre os destinos e os resultados de suas ações e achei que poderiam tomar decisões sábias. Achei que haveria solução para as guerras. Guerra? Que coisa retrógada! Isso é coisa de antes dos anos 60; agora já sabemos lidar com as nossas diferenças.

Mas então o tempo passou e o que eu esperava não ocorreu. E na verdade, não acho que vá ocorrer. Chamando a situação de zeitgeist (da forma que entendo que essa palavra é usada), acho que houve melhoras na sociedade, mas ainda assim não conseguimos aprender o suficiente com as nossas experiências (nem com as "simulações", as estórias dos livros). Ainda há escravos, ainda tem gente que gosta de submeter outras, ainda há tortura, ditaduras... não, ainda não aprendemos a lição. Penso que as coisas melhorarão, a um ritmo lento. E é bonito dizer isso quando não se passa fome nem se está sofrendo com o desemprego, mas uma melhora poderia ser produzida com maior educação, principalmente a disseminação de que a sociedade deve discutir como a sociedade deve viver.

Um bom exemplo disso é a necessidade de diploma universitário para o emprego de jornalista no Brasil. Não tenho opinião formada sobre o assunto (deveria?); de qualquer forma acho importante que essa questão seja discutida pela população pela mídia (e pelas mesas de conversa por aí, que formam e alteram opiniões).

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