03 abril, 2010

comparações

Um recurso muito usado pelos homens públicos, ou como queira chamar essas pessoas que são entrevistadas e cujos julgamentos os jornais transcrevem, é a comparação. (O presidente Lula, por exemplo, faz isso direto.) Compara-se um caso de polícia aos pássaros, uma negociação com um fogão de quatro bocas, e assim vai.

O que se pode dizer sobre elas: que elas não provam nada, mas é um pouco pior: exatamente por não provar (na verdade podíamos pensar somente em "indicar", ou "sugerir", termos mais adequados para a vida pública), têm o mesmo defeito da falácia: indica que é certo quando não é (necessariamente). Basicamente, induzem ao erro e enganam.

A comparação deveria servir para explicar a situação em termos mais "populares", mas quando há uma forte opinião encrustada na comparação ela não tem esse objetivo.

(Bem, na verdade as palavras são justamente para defender o que pensamos, de modo que fica ruim acusar alguém. Mas por outro lado, se eu matar alguém para meu interesse próprio, quem pode dizer que não? E se eu mentir?)

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