07 maio, 2010

Eu sou careta

Estive pensando noutro dia sobre o que são diretrizes (ou paradigmas, não saberia dizer ao certo a palavra) da minha vida. Encontrei três, que parecem os principais.

Primeiro, ser honesto e não mentir. Já escrevi muito sobre isso neste blog. Acho que podemos encarar o mundo (e isso inclui as pessoas e tudo, tudo mesmo) de frente, vê-lo como ele é, suportarmos nossos defeitos e revelarmos o que nos incomoda. Acho tão honesto e humano, positivamente humano, lidar assim com os objetos e pessoas.
Isso não significa falar tudo que se pensa. Reservo-me o direito de omitir e não responder. O que não posso, segundo minhas regras, é responder com mentira. Se isso acontecer involuntariamente, tento voltar atrás e me corrigir. Acho que as pessoas farão a melhor decisão se tiverem dados mais corretos, por mais insignificantes que estes pareçam.

Segundo, não falar mal dos outros. Minha primeira justificativa foi: não tenho moral pra isso. Mas acho que não é bem assim, isso seria uma falsa modéstia, muito forçada para quem se pretende honesto. Minha frase preferida (é até uma pena o pouco destaque que ela está tendo) é: O que A diz de B revela muito mais de A do que de B. Ou seja, criticando, o falante expõe seus preconceitos. E não que eu não queria revelar ou sanar meus preconceitos, só acho que não é bom falar mal dos outros. Como se vê, não há justificativa clara para esse comportamento.

Terceiro, reconhecer que de toda pessoa e toda situação posso aprender algo. Essa é a parte mais difícil. Consiste em, por exemplo, nunca rejeitar uma pessoa, por mais que pareça que ela só pode lhe fazer mal (verdade que mesmo assim você aprende alguma coisa). Agindo assim, você não vai rejeitar tão rapidamente oportunidades que poderiam se tornar muito rentosas por causa de seus preconceitos de ação rápida. Você pode aprender mais, mas precisa estar aberto a isso. A ordem mais próxima dessa orientação é: seja humilde.

Essas orientações moldam parte do meu comportamento, ao menos quando estou bem consciente. Para exemplificar, vou embodegar a postagem. Eu sou careta, não fumaria um baseado ou beberia álcool só pra comer uma. Ao mesmo tempo que estou livre pra ter a experiência de drogas, por elas disfarçarem o mundo, tornando-o mais fácil, prefiro evitar e lidar com as coisas como são.

Ou seja, provei (sem rigor) que de qualquer forma infrijo uma das três orientações acima citadas.

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