17 julho, 2010

Last Nite

Estávamos os dois num elevador que dava acesso ao quarto e ao sexto andares. Aquele senhor me pediu onde eu morava:
- Olha, nem sei onde eu moro, porque é um sonho. Mas na vida real eu moro no sexto.

Essa foi uma mostra do quão sensacional é o mundo: a percepção, durante o próprio sonho, de que eu estava sonhando.
Além do mais, nesse sonho eu tive umas dificuldades, de às vezes apagar e não saber direito o que devia fazer (por isso me assaltaram e roubaram meu cobertor e travesseiro).
Há umas semanas participei de uma discussão sobre o que é realidade e o que é sonho, e principalmente quando podemos dizer que estamos vivendo a realidade e quando que é sonho. Minha tese, que é digna de aparecer aqui, é que se você for capaz de se questionar sobre isso, é porque está vivendo a realidade. Talvez haja duas realidades, mas não importa tanto; acho mais interessante que você trate como realidade o mundo das experiências que você vive se se puder fazer essa pergunta.
Afinal, a possível indistição sonho e realidade pode ser uma inadequação vocabular (eu "acredito que não", que os nossos sonhos noturnos não sejam realmente um outro universo [ou vários; caímos em um diferente a cada noite], que sejam gerados pelo cérebro, mas estritamente falando não temos como provar), da mesma forma como simultaneidade (não está totalmente correto se perguntar quantos chineses estão estudando agora).
Pode ser, por não ser. Mas é genial o fato de sermos pensantes e podermos questionar.
Algumas coisas são, outras não podem ser, algumas terceiras talvez.

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