27 março, 2012

a mulher que nada esquece

Existe uma mulher (chamada Jill Price) que consegue lembrar de todas as suas refeições e de algumas notícias em todos os dias da sua vida (após os 14 anos, parece). Ela anota regiamente essas informações em diários, mas é capaz de recuperá-las de cabeça.

Isso por si só é bem interessante. Outra coisa interessante é que certa vez uns cientistas fizeram um experimento com ela; pediram quais as roupas que estavam usando na primeira vez que falavam com ela. Jill foi simplesmente incapaz de lembrar, mostrando que sua memória parece ser seletiva; ela guarda muita informação, mas somente as que ela considera muito importante.

Observação: Espero ter lembrado bem de todas as coisas e não ter cometido nenhuma gafe.

Um comentário:

len disse...

Fischer, saudações ...

Gostei muito do seu blog.

Sobre este post em particular, o nome deste comportamento [quase uma espécie de distúrbio] é "hipertimesia" [sinônimos: hipermnesia, supermemória, ...]

Dois tipos de produtos culturais que usam personagens como protagonistas com este tipo de característica:

1) Unforgettable (Inesquecível [título em Portugal] ) é uma série de televisão dos Estados Unidos exibida originalmente pela CBS com estreia em 20 de setembro de 2011. A série é sobre Carrie Wells, uma detetive da polícia de Nova Iorque, que sofre de uma síndrome rara, hipertimesia, que faz com que a pessoa não se esqueça de nada.

Depois de ter sido cancelada duas vezes pelo canal televisivo CBS a 13 de Maio de 2012 e a 10 de Outubro de 2014, Unforgettable é resgatada pela A&E para a quarta temporada. A série foi cancelada em 2016, não renovando para a 5º temporada.

2) Funes, o Memorioso (no Brasil) ou Funes ou a memória (na tradução portuguesa de José Colaço Barreiros) – no original Funes el memorioso – é um conto de Jorge Luis Borges, pertencente ao livro Ficciones (Ficções), de 1944, que narra a história de um rapaz que tinha uma memória prodigiosa, mas que, sem conseguir articulá-la com sua pouca inteligência, era tido como curiosidade no vilarejo em que vivia. Funes era uma verdadeira enciclopédia, pois lembrava-se de incontáveis textos, apesar de não saber elaborar estes conhecimentos.

"Havia aprendido sem esforço o inglês, o francês, o português, o latim. Suspeito, contudo, que não era muito capaz de pensar. Pensar é esquecer diferenças, é generalizar, abstrair. No mundo abarrotado de Funes não havia senão detalhes, quase imediatos."

Assim como em A Biblioteca de Babel, o autor lida com a metáfora da biblioteca incompreensível e inútil, sem que alguém consiga decifrar seu conteúdo.

link -----> http://www.tanto.com.br/virgilioafernandes.htm

Enfim, espero ter ajudado vc com estes dois exemplos 'artistícos' sobre pessoas que neurologicamente nunca esquecem grande parte de suas vidas.

Tchau e até qualquer dia ...