25 junho, 2008

cola escolar

Não fiquei exatamente chocado ao saber que existem pessoas que colam descaradamente na universidade; percebi isso mais nitidamente nesse semestre na minha disciplina de Equações Diferenciais, ouvindo comentários alheios (não há culpa minha, as pessoas em público não cochicham nos ouvidos umas das outras) depois das provas. Em especial, depois da terceira e última, até narraram o que ocorreu quando o professor (e justo o Eduardo Brietzke que, na minha opinião, deu excepcionalmente bem a cadeira) chegou perto deles num desses momentos. Doutra vez ouvi alguém comentar de alguém que tinha pedido uma lá que era a mais fácil, para quem comentava.
Não posso deixar de não gostar nem um pouco dessa prática. Claro que o fato de a cola existir numa primeira fase escolar já é triste, mas que ela se perpetue na universidade (esse nome deve ser importante!) é ainda pior. Significa que pessoas maduras continuam se utilizando desse meio escuso (pode-se dizer que não são maduras, mas eu não concordaria) para passar.
Quantos segundos de silêncio devemos fazer por isso?
Só gostaria que tivesse mais do que um sessenta, pena que não podemos fazer muita coisa sobre isso senão sentar. A mentalidade das pessoas não muda facilmente. Uma fiscalização mais eficiente pode levar à melhora da técnica, mas acho que isso poderia ser feito (no caso, um monitor além do professor cuidando da prova) e seria o melhor. Aumentar a fiscalização (sobre licitações, por exemplo), mesmo que acabe fazendo com que os ladrões fiquem mais especialistas na arte de sobrepujar as leis, parece que acaba tendo um efeito positivo (e o lado positivo é o que defendo) na situação.
Mas que precise ter duas pessoas para cuidar de um monte de marmanjos (ou muito me engano, mas com quase todos querendo ser engenheiros) fazendo prova também não é um cenário muito acalentador.
Até se diz que quem não cola não sai da escola; dou uma parte de razão para isso. Estudantes de carreiras acadêmicas (claro, isso depois que cada um passa a estudar uma coisa, isto é, a partir de uma faculdade ou curso técnico) parecem ter um menor "histórico" de colas (e bem menor) do que em alguns cursos em que é importante terminar a faculdade para logo sair dela. Ao menos eu já adquiri esse preconceito de confiar menos (ou de esperar coisas diferentes) conforme o curso quanto a esse aspecto.

2 comentários:

Lili Puperi disse...

Bom, eu como uma péssima coladora, resolvi deixar esta prática no segundo grau mesmo... Nunca fui boa nisso, e mesmo que todos colassem ao meu redor, sempre tive medo de ser pega em flagrante (acho que era a consciência falando mais alto)...

Estou terminando a faculdade, e acredite, boa parte da minha turma, formada por 50 alunos, colou em todas as provas, e sempre tiraram notas maravilhosas...

Daí me pergunto, de quê vale gastar uma grana com faculdade para no final não saber absolutamente nada?

Eu não faria nem meio segundo de silêncio para isso, no máximo lamentaria a "esperteza" dos que praticam...

Conhecimento nunca é demais, e conhecimento específico é fundamental para saírmos da faculdade nos diferenciando da maioria...

Beijos, bom findi!!!

Daniel F. Gontijo disse...

Não são poucas as colegas que tenho que estão sempre ajeitando seus mini-xerox-cola. Elas, que são em maioria mais velhas que as demais, devem estar mais preocupadas com o canudo do que com o conhecimento. Ou devem ter outros "bons" motivos para colar. É uma pena!