03 julho, 2011

Meus blogs. Ou: A história do pensamento (do Eduardo Fischer)

Mantenho blogs há praticamente sete anos. Claro que dá um pouco de vergonha lembrar do primeiro, mas já faz uns cinco anos que faço blogs do jeito que faço agora. É o meu jeito certo, como eu gosto. Evitando links ou imagens; publico ideias que seriam originais caso eu fosse o único pensante existente e tampouco houvesse livros de filosofia. Aliás, não sei se já confessei, mas é gratificante quando algo que pensei (sobre mente humana, comportamente, ontologia) tenha sido algo proposto ou debatido por algum filósofo de verdade.

Uma coisa que me lembro é que quando criança (não saberia precisar a idade; minha estimativa é de algo tipo aos seis anos) é que eu pensava que tudo no mundo era voltado a mim. Pensava que cada reação das pessoas era exclusivamente a mim, que as coisas aconteciam e a importância delas era a importância em me afetar. Na verdade não pensava isso todo o tempo; sei que transitava entre essa visão egocêntrica de mundo e "heterocêntrica" (minha palavra, visão de mundo em que cada pessoa é uma mente, e que a natureza se comporta indepentemente delas), sem saber o que realmente acontecia. Será que estavam todos armando pra mim e eram minhas emoções que importavam? Na minha mente infantil, era uma dúvida pertinente. Depois predominou a visão heterocêntrica com um deus existente (mas não que eu pensasse nele toda hora, so acreditava que existisse). Aos catorze anos me tornei ateísta sentado na cadeira que sento para fazer as refeições na casa dos meus pais (era outono, minha mãe estava presente e havia garotos andando de carrinho de rolimã na minha rua). Passei por uma fase que poderia ser considerada meio fascista. Digamos que eu achava uma ideia razoável jogar bombas nas favelas para diminuir a criminalidade e aumentar o padrão de vida médio das pessoas. Está nos meus planos (mas não na prancheta) publicar o conteúdo das minhas redações daquela época; mundaréu de pérolas. Depois, posso dizer (com certo orgulho) que meu desenvolvimento mental está bem documentado no blog. Inclusive, tanto algumas palavras minhas agora poderiam ajudar alguém a interpretar meu espírito em épocas passadas do blog (e não só esse) como ler postagens antigas dá mais clareza (como se fossem documentos históricos) para que eu mesmo entenda aqueles momentos.

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