05 fevereiro, 2008

ser estranho para ser único

Pretendo introduzir novas noções; antes, umas explicações.
Não quero dizer que há dois tipos de pessoas: estas e outras. Esse deve ser o método mais simples de classificação. Note que existem várias formas de se dizer algo, com alternativas mutuamente exclusivas (ou seja, ao menos uma acerta). (Na verdade não serão legitimamente alternativas, mas vamos lá.)
Podemos dividir um grupo em dois. Por exemplo, as pessoas que têm dois pés e eles se tocam em certo momento (tá, não existe um instante universal... mas leve em conta o exemplo). Esse é o caso mais comum, o dualismo (existe uma palavra muito melhor), a divisão binária. Podemos também atribuir em vez de um estado sim/não um número natural, inteiro ou racional a uma dada característica. Por exemplo, o número de células de alguém. Também se pode exprimir uma variável por um número real, numa escala ou eixo. Assim se exprime, por exemplo, a distância de cada ser ao centro da Terra, ou também a área de um corpo. As aplicações disso (ou melhor, as características que podem ser modeladas por uma variável real) são muitas. (Aliás, pensar em como guardamos informações num computador, através de variáveis booleanas, inteiras e reais [e outras..] ajuda a perceber o que quero afirmar.)
O que proponho é um eixo, em que as pessoas podem (ao menos teoricamente [no sentido de que elas têm um número real associado à característica, embora talvez não possamos nunca saber]) assumir valores quanto à essa característica. Assim, assinalando um comportamento, pode-se dizer o quanto desse comportamento está presente nas pessoas (a escala é arbitrária; acho que só importa mesmo a ordem, a menos que se considere como as pessoas mudam seus índices com o tempo).
O tal comportamento é um misto de ser estranho e ser indireto. Algumas pessoas preferem às vezes tomar atitudes quaisquer com o fim (não tão claro) de não poderem ser previstas; por não conseguirem (por tentarem pouco, na minha opinião) achar alguma coisa real, tentam desgarrar todas as outras coisas e proclamam (sem voz) que não há valores, que não podemos achar nem concluir nada, e que todas as conclusões são igualmente válidas. Acho que geralmente essa atitude de negar a possibilidade de qualquer progresso é pessoal; vem do fato de a própria pessoa não formular nenhum avanço, e tentar desmerecer qualquer avanço de outros. Também acho errado querer ser estranho para ser único; ou sofrer para ter o que dizer e poder aparecer.
Ao menos eu tenho mais esperança do que estes...

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