27 dezembro, 2008

o paradoxo de Zenão

Exporei aqui o que considero estar errado no paradoxo "principal" (falo daquele do Aquiles e da tartaruga) do Zenão. Estou falando do motivo pelo qual o raciocínio do paradoxo, em que se conclui que Aquiles nunca alcança a tartaruga, é falacioso (e isso justifica a conclusão absurda).
O motivo é o seguinte: o tempo não passa o suficiente.
(Suponha que a tartaruga seja uma pedra, ou seja, que não se mexa. Podemos fazer isso pensando num sistema de coordenadas que se mova com a tartaruga. Ou invocando o conceito de velocidade relativa [todas são, na verdade...]. Essa consideração simplifica muito a frase seguinte.)
Aquiles está "sempre" atrás da tartaruga, mas esse "sempre" só se refere aos tempos permitidos no paradoxo, isto é, do início até o tempo em que Aquiles chega à metade do caminho, e desse último até mais metade do restante, depois mais metade do novo restante, o tempo em que ele executa tudo isso. (Escrevendo fica horrível.) De outra forma, se pela nossa previsão Aquiles chegaria na tartaruga em 10 segundos, o tempo em cada "passo" do paradoxo (isto é, completar a metade que falta, sendo que as metades mudam conforme o trajeto) nunca chegará a 10 segundos transcorridos. Assim, se não deixarmos o relógio passar 10 segundos, Aquiles não chegará na tartaruga.
Esse paradoxo mexe com o conceito de PG (progressão geométrica). Contudo, acho que mensurado dessa forma fica explicado o resultado esquisito da impotência de Aquiles perante a tartaruga.

Linha horizontal.

Vi uma página cheia de paradoxos. Alguns são interessantes, nem que para meditação. Escolha os seus preferidos: http://pt.wikipedia.org/wiki/Paradoxo.

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