27 novembro, 2009

A última eleição para o DCE da UFRGS

Há eleição para o Diretório Central dos Estudantes todos os anos. Eu não vejo porque, acho um luxo desnecessário, mas é assim mesmo. Talvez alguém com ideias mais esclarecidas e maduras sobre o assunto possa me convencer do contrário.

Esse ano foi o primeiro em que não votei. Das outras duas vezes, evitei escolher a pior, e essa foi a filosofia dos votos: mostrar, um pouquinho, que não queria aquilo. Nesse ano resolvi não votar: achei que minha participação e influência seria maior se uma pessoa a menos votasse do que se eu tentasse votar na chapa menos pior. Eu não tenho dúvidas de que votos fazem diferença, sabe, e votei consciente no que achei que encaminharia melhor a universidade.

De 2007 a 2009 houve no comando do DCE houve uma chapa que pendia fortemente à esquerda. Isso pra não dizer que já era do PSOL. (Afirmações assim são fortes; leio algumas coisas mas como o DCE está bem longe de mim não sei o que é verdade ou não.) Ela fazia protestos, fez parte do "Fora Yeda", defendeu algumas causas. Era até um pouco reconfortante pensar que alguém estava lutando, gritando, porque nunca participei dessas coisas. Não tive um elo que me puxasse para agir. (E foda-se se você achar isso uma desculpa, é mais complexo que você pensa e vou deixar pra lá.) Deixem-me dizer que o meu curso, em especial o Bacharelado, é bem alheio à política. (Filosofia vã e palavras sobre isso, tente O Vetor Normal.) Mas resumindo, era um DCE ativo, embora não sei se exatamente a meu favor.

Penso que muitos dos integrantes das chapas (principalmente as mais militantes) praticam para serem políticos de verdade. Acho que é isso que ocorre: tem gente que usa o DCE como plataforma para se projetar pouco a pouco; usam o vínculo com a UFRGS para isso, matriculando-se nas disciplinas sem cursá-las.

A chapa que "governará" o DCE agora é de direita. Eles defendem que o DCE não se envolva com a política "normal". (Li no jornal que isso era o que a Arena queria para os DCEs.) Segundo a chapa da situação, que tem feito muito alvoroço e tem forte propaganda, eles defendem umas coisas mais bizarras tipo trotes diferenciados para cotistas e a privatização do (maravilhoso!) Restaurante Universitário. Estava um pouco desconfiado, mas acho que era isso que a chapa da situação queria; agora quero ver no que vai dar e como será o ano que vem. Ou talvez isso confirme a ideia da maioria dos meus colegas de que o que o DCE faz não interfere "pra nós".

Um comentário:

Unknown disse...

Concordo contigo quando citas "DCE faz não interfere 'pra nós'.". Se tu analisares o que de fato o DCE faz e é mostrado, é apenas disponibilar um espaço para jogar sinuca, matar aulas, ou vez que outra sediar uma festa.
O que é isto? É tudo o que um aluno, ou melhor, que alguém matriculado na Ufrgs pode querer, contando que não pense em aprender realmente algo. Lembrando que, passar em provas, conseguir se formar, em muitos cursos não implica realmente aprender... Mas não vamos entrar no mérito.

Não creio que a 'atitude' do DCE vá mudar, pois está 'agradável' para muitos cursos. Diferentemente dos cursos mais específicos [Mat., Fis., Quim., etc] no qual o DCE não acrescenta em nada, por que mudar se a maioria gosta?

Não é o correto, mas é por isso, querendo ou não, que o estado deve R$5 bi, que o Brasil está há um bom tempo na fase do 'em desenvolvimento' mas mesmo assim a diferença do que mais ganha para o que menos rouba, ainda é abismal...