18 fevereiro, 2009

Viagem no tempo, com o auxílio do gênio

Algumas coincidências (ou fatos relacionados) motivaram a escrita deste post. (E dos outros também. Nenhum parece ter sido ajuntamento aleatório de partículas/energia que ficaram armazenadas/ocorrendo em certo servidor do Blogger.)

Na postagem passada defini a felicidade (sabendo das limitações conforme está nos comentários), mas esqueci de comentar um possível pedido ao gênio: voltar no tempo. (Tentarei não analisar aqui os empecilhos físicos nem lógicos.) Seria muito bom desfazer alguma burrada passada (espero que tenhas cometido também), ou ainda terminar algo (ou continuar algo) com chave de ouro, combinando perfeitamente as ações (difícil de explicar, mas se você também imagina estórias e o que poderia ter feito diferente então você tem plenas condições de entender). Maravilhoso. Um pedido digno de ser feito ao gênio quase-todo-poderoso.

Agora, se você faria tal pedido ou não, não consigo julgar. Parece que um recomeço pode ser bom no sentido de eliminar erros; contudo, eliminam-se acertos e não se poderá reobter o estágio atual da tua vida (e isso que sem tocar em Física) e será uma escolha. Como escolher nascer outra pessoa, ou a partir de certo momento tornar-se outra pessoa. (Embora estas noções pareçam pegajosas, cheias de mistérios. Ainda mais misturadas à linguagem comum.) Parece ser muita responsabilidade, mas se a partir do momento em que você "troca de corpo" se vão as memórias, nem haverá como julgar. Fica sendo uma decisão do tipo "morrer instantaneamente". (Poxa, faria diferença se isso ocorresse para algum de nós? Ao menos o tal ente não perceberia, acredito. [E fodam-se meus genes depois que eu morrer.])

Sinceramente não sei o que faria. Experimentar outras opções? Continuaria sendo eu, ou eu posso ser outro e outro ser eu? Complicadíssimo, e aqui não há Axioma da Escolha que ajude. Ó dúvida fatal. (Melhor decidir logo para não tomar muito tempo do gênio no dia em que eu tropeçar numa lâmpada antiga.)

Voltanto a falar um pouco mais sério e saindo um pouco do nível pessoal, esta questão parece ser... quase indecidível. (Em um significado brando.) Realmente, Rodrigo Amarante do nome bonito, é um abismo pensar e sentir.

Tentando falar sério, ao menos se há uma vantagem neste pedido: o esquecimento total de que o pedido foi feito (ao menos em teoria, embora fique difícil decidir se o natural é encarnar-se [tanto em si no passado como em outro] com memória ou "zerado", como era naquele ponto [ih, quase que sai o espaço-tempo]). Isso nos deixaria livre para tomar uma decisão suicida. Quer variar? Então troque, mude. Que loucura! Se não há conhecimento do passado (do pedido), não deve haver arrependimento, nem remorso. É um tiro cego. (E como gosto bastante de aleatoridades e de equilíbrio, poderia ser muito aprazível tal mudança.)


Chico Xavier uma vez disse: "Embora ninguém possa voltar arás e fazer um novo começo, qualquer um possa começar agora e fazer um novo fim." Este é o tipo de frase que dá esperança (o que não quer dizer que tenha necessariamente um valor positivo de verdade), e ao menos me parece bem real. Motivador como Primavera Nos Dentes ("quem não vacila mesmo derrotado", "quem já perdido nunca desespera", e tantos outros dos poucos pedaços) ou mesmo o claro "Tente outra vez" do Raul Seixas. (Tenho um tanto de Raul Seixas quando escrevo. Não mascaro muito, embora ao menos no meu caso fique facilmente confuso.) (Frases motivadoras também podem ter serviço eleitoral. Yes, we can change.)

E o blog não está tão mal assim. Apoiado!, dizem os famintos leitores que visitam todo dia esta página em busca de textos fresquinhos.

E não se preocupem quanto à continuidade do blog... As possibilidades de eu encontrar o gênio e me "mudar" deste corpo são mínimas. (E se ocorrer deixarei um "tutor" para o blog. [Embora isso não fosse mais importar para mim.])

Um comentário:

Marcelo Ribeiro disse...

não sei se existe algo do tipo "sensibilidade inata". acredito-nos ser possível, sempre, sentir: creio ter mais a ver com a intuição que coisa outra qualquer. não sei se por implicância pessoal, mas a concepção da sociedade moderna destrói um pouco a sensibilidade, criando a idéia fantasiosa de que a vida é um conjunto de atividades mecânicas; isto nos dá a ilusão de que as coisas passam com justificativas. no final das contas, tudo não passa de uma escravização "voluntária". afinal: "livros são papéis pintados com tinta: estudar é uma coisa que está indistinta".

a gente bate um papo legal no planetário...estou com saudades de trocar idéias contigo.
um grande abraço e não se esqueça de me ligar [ou eu te ligo, não sei].