20 abril, 2009

Algumas ideias de biologia

Normalmente consideramos que ações como comer, respirar e ir ao banheiro (sendo educadinho) são necessidades básicas para a sobrevivência do ser humano. Acho que o sexo também deve ser considerado (por mais que não façamos isso todo o dia). Encaixo na mesma categoria ao nível do gene: pouco importa ser preservado porque o corpo em que reside continua gerando energia ou prorrogar sua existência juntando escovas de dente com outros genes, em um novo corpo.
(Talvez isso possa ser importante para alguma divisão na biologia.)

Talvez também devesse ser considerada cada célula nossa um ser vivo, e um corpo inteiro como uma colônia de células. Assim uma célula seria o corpo (passageiro) do gene. As células, vistas dessa forma, têm dois tipos de reprodução: a assexuada, por mitose, em que a célula se copia (às vezes acontecem erros, e eles se acumulam), e a sexuada, que é mais complicada, em que há mistura de material genético [encontrei há alguns meses uma razão fantástica pra reprodução sexuada ser vantajosa mesmo que para o indivíduo somente metade dos seus genes sejam passados adiante... e há um argumento parecido para provar um caso especial da conjectura de Manickam-Singhi, que é matemática "pura"]. Pensando assim, há seres vivos que só desenvolvem uma função durante toda sua vida: uma célula pode ser um neurônio ou uma célula epitelial.
O complexo da história (isto é, de pensar que os verdadeiros organismos são as células) é entender bem como que foi surgindo a programação diferenciada dela, sendo que elas têm o mesmo material genético (pelo que sei, com exceção dos gametas, que são como uma fase hippie da vida [precisão foi pras cucuias, mas pense em gametófitos e esporófitos]). De qualquer forma, a reunião em uma unidade dos organismos de mesmo material genético facilitou a sobrevivência dos genes dentro dos corpos, e por isso esse estilo de vida gregário sobreviveu.
Aliás, no caso das bactérias que se dividem (reprodução assexuada), devemos dizer que continuam a mesma? (Parece que o mesmo acontece para os pulgões e para os olmos.) E que atuam separadas? Não sei a melhor abordagem (sequer se há; isso está incluso no 'não sei').

Não sei se vale a pena considerar homens e mulheres como se fossem de espécies distintas, obviamente modificando o conceito de espécie (faça você mesmo! E se você entende um pouco de matemática, pense na noção de relação de equivalência). Digo isso porque a espécie não ficaria com dois grupos (os sexos) separados, e haveria uma semelhança mais forte entre seres da mesma espécie. (Em compensação, haveria pares de espécies fortemente relacionados, o macho e a fêmea da mesma atual espécie seriam, como novas espécies, duais).
Não há como dois óvulos se fundirem, nem como dois espermatozóides se fundirem, dando origem a um novo ser, em condições naturais (para a infelicidade dos homossexuais que desejam ter um filho). Parece que dá pra fazer um filho de duas mulheres (sei disso porque depois ficou uma questão: a mãe foi a que cedeu o óvulo ou a que abrigou a criança na barriga?), mas não de dois espermatozóides (eles não têm reservas alimentícias, esses aproveitadores).
(Talvez isso singifique alguma coisa.)

E como referências e principais motivadores para esse post, estão os dois livros de Richard Dawkins que tenho, O Gene Egoísta (de base para meu entendimento) e Deus, Um Delírio (de motivação para a escrita).

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