12 abril, 2009

Entendimento

Não podemos dizer diretamente o que é verdade. Mas podemos saber o que é verdade de um jeito prático, útil, sem saber exatamente o conceito. Não sei o que é verdade, mas sei que se A é verdade e se A implica B é verdade, então B é verdade. E esse, junto com outras regras, é o meu entendimento sobre o que é verdade. Esse é um conhecimento prático; talvez seja justo isso que interesse.
Entender melhor se isso é o máximo de compreensão a que se pode chegar sobre o que é verdade é um desejo meu. Que penso que não pode ocorrer. Daí meu desejo é compreender porque não posso entender, e assim regressando. Ter uma certeza dessa nas mentes me faria sorrir internamente (e externamente também, bobo que fico na rua).

Caso parecido ocorre em quase tudo na matemática. Um exemplo são os números naturais, que a gente representa por {1, 2, 3, 4...}. Não dá pra saber o que eles são, de fato, mas sabemos como operar com eles, e o que significam operações sobre eles. O conhecimento inicia com os axiomas de Peano, e se estende a tudo que sabemos sobre números naturais. Acho que o que sabemos (por exemplo o Pequeno Teorema de Fermat) é o tipo de coisa que podemos saber sobre os naturais. Falar sobre sua essência seria só conjecturar, e talvez não fosse nem um pouco útil. (Mas talvez fosse! E muitos acho que esperar entender a essência para aplicar aos fatos, sem pensar se não é necessário. E esse é um ponto que quero discutir, e meu ponto de vista está dado aqui.)

(Ficaria muito contente se alguém encontrasse sérios erros neste texto. Porque nesse caso eu aprenderia mais sobre o assunto, e teria a oportunidade de pensar sobre e com novas ideias.)

(Postagem nascida de uma conversa com o Marcelo, autor do blog Fins Intermitentes. Fato que renova minha esperança de discutir estes assuntos incomuns para a maioria dos mortais.)

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