24 janeiro, 2008

sobre fazer fiasco

Conheço muita gente que por qualquer coisa fica se lamentando mais do que deve; esse é uma atitude bem comum. "Ah, eu não sirvo pra nada", ou "Ah, ninguém me agüenta" são exemplos. Posso tentar ser um homem que evita dizer essas merdas, daqui para frente. Posso tentar ser mais coerente com as minhas incapacidades para conseguir anulá-las, ou enfraquecê-las; acho que sabendo exatamente o que está errado fica mais fácil de melhorar e corrigir.
Bem melhor é ter algum controle sobre si para admitir-se exatamente como se é, sem exagerar para obter uma palavra de apoio. Nem fazer um escândalo sobre fatos que não se aplicam. Tentemos ser justos, ou melhor, quem quiser que tente.
Isso se as intenções forem boas; da sua estada no mundo não sei.

Este não é um post solitário, e também não foi escrito por uma pessoa ridícula.

O (um, para ser mais exato, e também fazendo uma construção distinta) chato é que cada um tenta se destacar e chamar a atenção. Daí tantos "amo"s, tantos "ninguém"s. A palavra perdeu seu sentido (há quanto tempo não sei dizer, nem estimo se pode ter sido desde cem ano ou mil anos atrás) em meio há tantos exageros; não mais se sabe quando é verdade e quando só se quer superestimar algo para poder chamar a atenção. (Pessoalmente: Tem que descobrir, pessoa por pessoa, o quanto ela valoriza o que ela fala. Existem pessoas terríveis nesse sentido.) Assim, ninguém sabe quando se quer dizer exatamente aquilo. Eu sou prejudicado; tento que o significado e a importância sejam exatas; para quem comparar, parecem coisas mais fracas. É uma situação parecida com todo mundo gritar para poder falar mais alto, enquanto seria mais fácil se todos falassem num tom mais baixo.

Fica difícil corrigir os erros se não os mensuramos bem; por isso dou importância a não exagerar. Na maioria das situações as pessoas não admitem os erros. O jeito mais trivial é ignorá-los; mais singelo é exagerar para fazer com que as outras pessoas (inclusive quem exagera) esqueçam o que foi exatamente.
Não sei se conheço alguém humilde com os seus erros. Sei que o budismo prega bastante disso, de tentar se melhorar e se conhecer, fazer o bem e buscar o autoconhecimento (que eu considero que seja agir melhor). Não acho má idéia essa doutrina; também me parece ao menos preferível que a pessoa perceba por si mesma.

("Ao menos preferível" é uma relação de ordem parcial. Em outras palavras, uma relação reflexiva, antissimétrica e transitiva. Sem exageros.)

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