16 março, 2009

do documentário Zeitgeist: Addendum

Hoje vi um documentário muito interessante. Seu nome é "Zeitgeist: Addendum" e pode ser assistido aqui, com legendas em português (vá em 'Subtiles Here'). (Também tenho um DVD pra emprestar, com muito prazer.)
Adivinha: falarei sobre ele.

Primeiro ele descreve um meio de o governo dos EUA... criar dinheiro! E há as consequências disso: como dinheiro é criado do nada, o dinheiro que a população tem na mão se desvaloriza um pouco. Mas bem, o maior enfoque dado é que os bancos podem emprestar seguidamente o mesmo dinheiro (o vídeo explica melhor), e há mais dinheiro sendo devido que propriamente em circulação. Mais: que 97% do dinheiro só existe virtualmente.
É um pouco difícil de acreditar. Fala-se também que dinheiro são dívidas e que dívida é dinheiro. Isso é estranho de compreender. É como se os papéis-moeda que usamos só têm valor porque há alguém devendo. (Recomendo assistir.)

Sobre esse dinheiro virtual, o vídeo comenta que um homem pôde reaver sua casa (que seria hipotecada por inadimplência) porque no contrato exigia-se que ambos tivessem fisicamente o material para troca (casa para o homem e dinheiro para o banco), e como o banco não tinha o juiz acabou favorecendo o homem, que recuperou a casa.

Há uma entrevista com um cara (que esqueci o nome e o ex-cargo, outra hora ponho) em que ele diz as políticas para manter o controle do "império americano" através da dominação econômica. (Isso não é exatamente novidade, mas ver alguém falando como malfeitor tem algum impacto.) Que quando o presidente de um país trabalha para a população e não dá os costumeiros benefícios para o país, eles tentam em três passos.
Primeiro, tentam corromper o presidente. Tentam fazer empréstimos grandes para o país, a fim de que ele não tenha dinheiro pra pagar e pra isso tenha que vender seu petróleo baratinho, permita que seja construída uma base americana, dê apoio em alguma guerra, privatize suas companhias de serviços essenciais, facilite para as multinacionais...
Se ele ainda quiser defender os interesses do seu país, então tentam dar um golpe. Dá tanto pra matar o presidente e tentar abafar o caso, como pagar algumas pessoas para fazerem manifestações por aí pedindo a queda do presidente. A televisão mostra e isso influencia a opinião pública, que pensa que há muito mais insatisfação do que há de verdade. Em qualquer caso, o próximo líder do país já saberá com quem está se metendo, e será um cachorrinho para os EUA.
Se tudo isso não der certo, no terceiro estágio se invade mesmo à procura das malditas armas de destruição em massa. Pode-se formar uma coalizão provisória, e depois tentar elevar ao poder algum aliado.

A proposta do filme, em boa parte, é criar uma sociedade tecnológica, que há tecnologia para abastecer todo o mundo com suprimentos e com serviços básicos, mas isso não é feito porque só há interesse em preservar a ordem vigente. A abundância é ruim, boa é a escassez para quem vende um produto; no filme fala que uma empresa de extração de diamantes chega a queimar alguns se achar que tem demais, para não aumentar muito a oferta e poder continuar vendendo a um preço alto. (Meio difícil de acreditar; talvez fosse mais natural guardá-los...)
Há 6 sugestões para fazer isso:
1. Evitar os grandes bancos dos EUA, que estão ligados ao esquema "fraudulento" de criar dinheiro para a Reserva Federal.
2. Não ver o noticiário da tevê, que é manipulado. Na internet há um fluxo mais livre de informações; não é perfeito mas é melhor.
3. Boicote o exército, evite que seus amigos/parentes façam parte dessa entidade.
4. Não gaste muita energia, principalmente das petrolíferas.
5. "Reseite a democracia porque ela não existe." (É o que está escrito nas minhas anotações. Terei que rever o documentário para saber o que é.) De qualquer forma, o vídeo diz que a política não resolve problema algum.
6. E claro, visite a página do Movimento Zeitgeist. É essa.

Voltando à energia: segundo o vídeo, as petrolíferas têm o controle sobre outras formas de energia e influenciam para que não sejam usadas, que o mundo continue dependente do (finito) petróleo. E que pode-se usar somente as fontes renováveis, como solar, das marés, das ondas, do vento e a geotérmica.
Sabe, talvez haja uma limitação também para as renováveis. Por exemplo, captar energia do vento pode enfraquecê-lo um pouco e afetar um ecossistema. Se pegarmos do sol em grande quantidade, a Terra pode esfriar um pouco, alguma terra pode receber menos calor, afetando os microrganismos que ali vivem (bactérias nitrificantes, por exemplo).
De qualquer forma, é muito bom poder abandonar o sujo petróleo e ganhar terreno com outras fontes mais limpas de energia.

Na parte mais chata do documentário, fala-se sobre as crenças que se perpetuam (incluindo religião, claro), de pessoas que não são capazes de aceitar novas ideias. O que quero deixar registrado foi o neologismo: materialismo intelectual. Combinou duas palavras fortes em uma expressão com sentido.

Outra brincadeira legal: WMC, ou "weapons of mass creation". Muito melhor que armas de destruição em massa.

E agora um conselho final: há partes entediantes mais pro fim, mas o início poderá lhe encher de ideias e conceitos e acho que você deve ver esse documentário. (Aliás, ele é liberado para ser reproduzido como quiser, só não vale ter lucro.)

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