16 março, 2009

do sistema monetário

Muitas pessoas se referem às empresas gigantes ou às marcas famosas como se fossem quase deuses ou entidades superiores, admirando a sua expansão, o seu capital, o seu poder. Você pode reparar no tom que usam pra se referir a essas empresas, é sempre respeitoso, como se devêssemos respeitá-las pelo seu sucesso, por terem uma marca forte, por fabricarem produtos que se vê em muitos lugares.
Eu absolutamente não partilho da mesma opinião. Pra mim, essas empresas estão muito mais para monstros maus, meio que dragões que sobrevoam o mundo e pedem tributos/presentes para os humanos. Não admiro, de forma alguma, esses conglomerados poderosos ou essas holdings que detêm o poder de muitas fábricas, em vários países, ou que controlam sei lá quanto por cento do petróleo mundial. Não tenho nem um pouco de inveja da condição dessas empresas. E acho quase imoral tratá-las tão bem.

Acho meio estranho que do jeito que o mundo é organizado há leis que permitam que o vendedor/exportador/lojista tenha o seu lucro e tenha que pagar impostos por ele, porque pra mim o lucro me parece um dinheiro a mais tirado do consumidor. (Talvez isso se assemelhe bastante com a ideia de mais-valia de Marx.) Como se extorquir fosse permitido mas de certa forma regulamentado (no Brasil parece que não se segue tão bem). Está certo, precisa-se de lucro para pagar os funcionários e para o sustento do próprio dono do estabelecimento, mas ainda assim me parece um pouco... enganoso, errado. Possivelmente seria melhor se as pessoas tivessem garantidas suas necessidades básicas, e não houvesse esse pagamento por esse simples deslocamento de mercadorias - sim, falo desses que revendem, que não produzem bens/alimentos. (Talvez seja somente uma tendência minha a um comunismo, ou mesmo um sistema comunal. Mas ainda assim parece que há alguma coisa errada.)

Há alguns estabelecimento que dizem que estão há sei lá quantos anos servindo a comunidade, ou cuidando da saúde na região do Vale do Taquari. Sabe, realmente o nome do que é oferecido é serviço e portanto há um sentido em dizer que se está servindo, mas... também não me parece legal. Como assim servir a comunidade, se você cobra por tudo que faz, e cobra mais do que lhe custou? Até parece que servir assim é uma coisa intrinsecamente boa. Vejamos isso no próximo exemplo (que veio do documentário que logo mencionarei).

Seria uma má ação seria a Wal-Mart se preparando para "servir uma nova comunidade", abrindo uma filial em uma cidade menor. O que acontece? O comércio local enfraquece, a Wal-Mart suga o dinheiro e ele vai parar fora da comunidade, enquanto a comunidade vai pagando para a Wal-Mart trazer os bens de que necessita. (Isso lembra muito quando o Brasil só podia fazer trocas com Portugal. Naturalmente era explorado pra caramba.)

O que acho é que estão nos explorando, nos enganando. Somos treinados/condicionados a prestar serviços em troca de um salário, que no fim volta para o senhor para quem trabalhamos. E muita coisa é muito cara; por exemplo, líquidos como água e refrigerante. Poxa, água deveria ser mais barata. Mas não; parece que como é difícil engolir alimentos a seco quando comemos fora, nos servem junto algum líquido, aumentando sensivelmente o preço final. (Ainda estou um pouco emburrado porque domingo fui almoçar por R$ 5,50 mas paguei mais R$ 2,50 por uma Fruki! [E agora cá estou falando de uma marca. Não sei se elas existem mesmo para serem assim referidas a.]) A impressão que tenho é que estão nos cobrando muuuito caro.
Há um lado bom por cobrarem caro o que é supérfluo. Assim diminui um pouco a pressão sobre o que seriam alimentos baratos e básicos (arroz, feijão), que seriam para quem não pudesse pagar mais. Assim, a exploração seria de alguma forma exponencial com o consumo da pessoa. (Se você não entende, experimente pensar no Imposto de Renda. Quanto mais você tem, mas imposto custa um real adicional que você pagar. Para referência, isso é o que significa que a derivada está aumentado. [Linguagem matemática aqui clarificaria bem alguns conceitos. Mas como nem todos entendem, fica assim-assado.]) É meio complicado escrever o raciocínio sem gesticular nem usar variáveis, então sugiro que você pense nisso como exercício: cobrar mais impostos de quem tem mais é uma forma de reduzir a desigualdade (quer dizer, ao menos se o dinheiro pudesse retornar e ser investido nas camadas mais pobres da população).

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