30 março, 2009

A hora da consciência

Dois mil e nove é o terceiro ano da intitulada Hora do Planeta (Earth Hour), que é um movimento em que as pessoas devem desplugar-se [note que esse é um estrangeirismo; plugue não é naturalmente português] da tomada e passar uma hora com as luzes apagadas.

(Alguns acham razoável passar esse tempo no notebook com ele desligado na tomada, usando só a bateria. Poxa, grande economia de energia, grande independência. Parabéns pela atitude, e obrigado por me fazer pensar por um momento que não sou tão babaca.)

O ponto principal da minha crítica são as pessoas que aderem a isso sem tomarem consciência das suas ações no resto do ano. Em alguns casos chega a ser prejudicial: em vez de conscientizar que energia elétrica também produz gás carbônico, o sujeito desliga-se por uma hora, considera que já fez o bastante para salvar o planeta, e "volta" à sua vida mais tranquilo em relação a isso.

Eu mesmo nem fiz nada diferente na hora programada (sábado, 20:30). (Talvez tenha feito: fiquei longe do computador, conversando. O que é uma coisa que faz bem para o planeta desde que não seja num único dia!) Acho bobagem marcar para um dia só. Aliás, mais seria poupado se cada um escolhesse uma hora do dia para abster-se de energia; reduzir os picos é uma forma mais eficiente de evitar que se use energia das termelétricas a carvão que estão sempre prontas para dar um "gás" extra quando precisar, sendo que as termelétricas poluem bem mais.

Descontando tudo isso, há de se comentar que o que aquece o planeta é a atividade total dele: a indústria a toda, os carros, o desflorestamento; a energia que gastamos em casa não é tanto assim. Claro que faz todo o sentido e merece meu apoio você começar a reduzir os gastos energéticos em casa, como cuidando mais com as lâmpadas quando troca de aposento ou não ligando o computador por quase nada (um desleixo meu, muitas vezes). Mais ainda se economizar água, que é valiosíssima. (Talvez tenham razão os que dizem que a maioria só vai se conscientizar quando a água começar a faltar... de qualquer forma, aja!)

Fundamental mesmo seria reduzir o consumo em geral e optar por produtos mais saudáveis, que passem por menos mãos e que venham de menos longe. Mas os governos (e muitas pessoas físicas e empresas) acham que haverá um colapso do mercado se as coisas mudarem. (Conforme alguns posts abaixo, o Zeitgeist: Addendum e seus vizinhos.)

O que estiver errado, pode avisar.

Um comentário:

Eli Vieira disse...

Isso me lembra o "world jump day", uma besteira hilariante de algum tempo atrás em que era combinado que se milhões de seres humanos pulassem ao mesmo tempo, deslocaria-se a órbita da Terra para mais longe do Sol, resolvendo então o aquecimento global por redução da radiação solar.

HAHAHAHAHAH...

Incrível a criatividade das pessoas.