03 março, 2009

Soma zero e independência do caminho

Pensar que a vida tem soma zero quer dizer que qualquer coisa que a gente faça trará iguais benefícios e prejuízos., embora espalhados entre várias pessoas e seres. Esta é uma teoria fortemente ligada à competição, e por que não, à seleção natural.
Como se qualquer coisa que nos fizesse sorrir acabasse por nos tornar um pouco mais confiantes, nos fazendo arrebatar a companhia de alguma pessoa enquanto outra sofreria um tantinho por não tê-la à disposição.
Como se os benefícios fossem fixos (e de certa forma, do jeito que falo, eles podem ser medidos) e tivessem de ser distribuídos enquanto os serezinhos medíocres que somos nós (incluindo os cachorros e os vírus) os disputamos.
Também há dor e sofrimento sendo distribuída por aí. E se alguém não pega, certamente é porque outro sofrerá.
E por que soma zero, e não dois, ou pi? Por causa da analogia com a teoria dos jogos.

Podemos pensar de uma forma alternativa, olhando só para um indivíduo. Que tudo que ele faz tem iguais consequências para o bem e para o mal. Qualquer atitude que lhe dê prazer num instante pode fazê-lo buscar mais prazeres e diminuir um pouco daquela fonte; qualquer sofrimento pode servir para uma melhor decisão em outra vez. É esta a moral. Assim, independente de como o indivíduo viva, seu quinhão se "felicidade" será o mesmo.
Aqui, o caminho que ela percorrer não alterará tudo que ela tem no seu "balaio" para sentir e viver. (Se matar antes da hora é um conceito que não faz sentido.)
Quem acredita nisso não tem, teoricamente, muitos motivos para fazer boas coisas... Mas não acho que há influência. Por exemplo, sou fatalista, no sentido de que o tecido do universo-tempo é único, e isso não muda minhas atitudes. (Ao menos creio fortemente que não.)

(Essas são ideias, teorias. E Platão tinha sua teoria das ideias. Que não tinha nada a ver com o que está cá exposto.)

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