25 setembro, 2007

cotidiano e lógica

Não sabemos muito bem usar a lógica para coisas que dependam de atitudes (ou que se acha que dependam) ou de eventos contínuos. Assim, estabelecer implicações sobre reações a ações não costuma funcionar. Pior ainda quando se inclui a palavra pode (as pessoas acham que podem demais, enquanto talvez possam nada, nadinha mesmo).

Uma frase comum, e que quero criticá-la, é: "Para morrer basta estar vivo". Ora, mas estar vivo não é condição suficiente (bastante!) para morrer. Tanto que estou vivo mas não morri (ou estou morto). Mas é difícil analisar uma frase assim, porque estar vivo é algo contínuo (não se "está vivo" num instante, como se pisca ou lambe), e também não é algo sobre o qual temos muito poder (para dizer de forma elegante). Então, acho que dá pra abolir (ou abominar, quase; afinal podemos fazer isso) essa frase, tanto se for falsa como se for inválida.
Fora, "para morrer basta estar vivo". Agora, acho que vale dizer: "Para morrer é necessário estar vivo".

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