26 outubro, 2007

causas e conseqüências

As possibilidades ainda são possíveis até que se demonstre o contrário. Mesmo assim, quero ressaltar com um exemplo que um erro quanto à relação causa/conseqüência seria possível.
Quando há uma descarga elétrica (raio) entre uma nuvem e o planeta (sólido) vemos primeiro a luz ou o clarão (relâmpago) e depois ouvimos o trovão - cabruuuuum. Acho que poderíamos (no sentido de "alguém pensaria", ou "alguém explicaria") pensar que o relâmpago é a causa do raio. Na verdade, o que há de verdade é a descarga elétrica (não sei a explicação do clarão [e não importa para esse post], mas o trovão sei que é por causa do deslocamento rápido do ar); o clarão e o trovão só só coisas que vemos depois, e se sucedem, nessa ordem.
Os humanos em geral (no livro O Mundo de Sofia está escrito que um gato não tentaria saber a causa de um novelo de lã rolando no chão, por exemplo, mas não sei se isso é verdadeiro mesmo) tentam apurar as causas dos fenômenos. E poderia achar que o barulho de um raio vem do relâmpago, que a causa é o relâmpago. (E que o relâmpago aconteceria independentemente, mais ou menos como se consideram alguns fenômenos.)
Esse foi só o exemplo de como poderíamos nos enganar. Ele nada mostra (no sentido de demonstra ou prova); só ilustra como é possível que nos enganemos. (Há pessoas que gostam de usar comprovar. Acho que se comprova quando se espera um fenônemo ou um resultado e ele ocorre muitas vezes depois de muitos testes. Mas é claro que comprovar não prova. Isso tem a ver com algo que escrevi no post anterior. Acho que só podemos demonstrar mesmo resultados relativos ao que chamamos matemática, tendo axiomas para supor verdadeiros. Do mundo físico e real nossos pressupostos podem ser falsos [fora que estão em alguma linguagem {dizer que a matemática é a língua do universo pode parecer bonito mas não é necessariamente verdadeiro}]).
Agora "voltaremos" às relações de causa e conseqüência (na verdade o parágrafo anterior diz muitas coisas importantes, na minha concepção). Pode ser (se você entendeu bem até aqui não preciso repetir que não é o exemplo que justifica esse "pode ser" [mas ainda assim repito!]), então, que não há verdadeiras causas para as coisas. Digamos que se uma bola é chutada e depois ela se mexe, o chute não seria a verdadeira causa. Tudo que conhecemos como implicações (acho que essa classe contém acontecimentos decorrentes [pela passagem de tempo] de outros [gostaria que alguém me ajudasse quanto a isso se conseguisse julgar]) seria uma coincidência (muitas!) do que ocorre, e o seqüenciamento não tem nada de causal (note que sempre procuramos padrões).
(Esse post não dá certeza nenhuma se existem causas "superiores".)
(Também não diz que é errado tentar buscar padrões que ocorrem.)

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