28 outubro, 2007

de lembranças

Acho que uma coisa que pode realmente nos atacar sem que possamos nos defender de forma decente são as lembranças ruins. Coisas que fizemos e que só de lembrar, ficamos envergonhados (às vezes ficamos vermelhos só ao pensar). Não há muito como lutar contra essas lembranças - quando elas vêm sempre pensamos algo como "putz" (será que alguém pensa "putz"?). Eu até diria que as lembranças desses atos vergonhosos são fortíssimas.
Pessoalmente, uma coisa que também pode me fazer ter vergonha é pensar em ter feito sem que tenha acontecido. Ou pensar que se planejou algo que depois reconheceria como ridículo. (Mas isso não sei se acontece com todo mundo.)
(Aliás, acho que tudo isso é bem pessoal. Então esqueça as afirmações, e considere que me refiro somente a mim.)

Um comentário:

Thai disse...

Tu nunca pensaste um "putz"? Comigo é até bem natural. Se bem que não sei se o que acontece é pensar um "putz"... mas sei que é como uma vozinha dizendo "putz! (ou mais longo: puuutz)" lá dentro, consegue entender? É, meio complicado. Se é isso o tal do pensar, afirmo que penso. Pensar em imagens é fácil. Agora tente pensar em palavras. Se tornará fácil se tu associar uma imagem à palavra, claro. Mas imaginar uma palavra mesmo, não sei, acho que não consigo. E o pior: qual imagem associar com um "putz"? Alguém exclamando um? Pois é, sei lá.

Eu também sinto vergonha pelo que não fiz mas poderia ter feito (e que seria "ridículo" de fazer). Porém nesse "campo" não imagino somente coisas que me deixem envergonhada, imagino tudo! Em pensamentos muitos trágicos (de coisas quase que absurdas) chego, muitas vezes, a chorar (ou a gargalhar, o que não é tão freqüente). Nosso sistema (nosso corpo, nossos órgãos, nossos "sensores") é fantástico! Não achas?